Autor : Paulo Nunes
“- o Espírito dos pais não exerce influência sobre o do filho, após o nascimento?
__ Exerce, e muito, pois como já dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso recíproco. Pois bem: o Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação: isso é para ele uma tarefa? Se nela falhar, será culpado”. ( Questão 208, de “ O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec).
Instruir significa oferecer conhecimentos a alguém, ministrar-lhe ensinamentos que, via de regra, são obtidos em estabelecimentos estudantis próprios para tal fim, enquanto educar é formar caráter, tarefa preponderante da família. Uma pessoa pode ser instruída sem ser educada. A sociedade está repleta de exemplos dessa natureza, no entanto, quem é educado também é instruído, pois que a educação pressupõe uma ação mais completa. Sendo Espíritos imortais, criados por Deus na simplicidade e na ignorância, com a proposta de alcançarmos a perfeição à partir dos nossos próprios esforços, em busca do aprimoramento pessoal, saímos um dia das esferas espirituais para uma existência na Terra, trazendo na bagagem inúmeras metas a serem alcançadas, tendo em mira a nossa prosperidade e evolução. Renascidos neste mundo, sob a guarda e tutela dos pais, neles depositamos nossas esperanças de concretização dos nossos sonhos, contando com a imprescindível colaboração deles, o que possibilitou a nossa caminhada até aqui, com as condições devidas para que colhêssemos os frutos das semeaduras que fizemos. Da mesma forma, nossos filhos, em idênticas condições e desejos, também aspiraram progresso e melhoria, despertando em nossos braços dentro de um novo processo reencarnatório. Buscam por aperfeiçoamento e evolução e confiaram em nossas mãos seus anseios de crescimento espiritual. Sendo assim, é indispensável compreender que a paternidade é, sem dúvida, uma das maiores missões que alguém possa receber sobre a face da Terra. Tarefa de extrema e capital importância, pois que dependendo da responsabilidade e dedicação como é executada, contribuiremos para a formação de uma sociedade mais justa, fraterna e humana ou criaremos núcleo de indivíduos desajustados, inconsequentes e imaturos que comprometerão a estabilidade do organismo social em que mourejamos. Nenhum pai e nenhuma mãe poderá desconhecer a gama de responsabilidades que pesa sob seus ombros. A cada um deles Deus perguntará, através das suas próprias consciências : o que foi feito dos filhos que a eles foram confiados? Assim, é indispensável criar condições para que nossos filhos se instruam, mas é imprescindível que nos esforcemos até as raias do sacrifício para educa-lós. E, incontestavelmente, a melhor e mais adequada forma de ensina-lós a viver com dignidade, respeito, responsabilidade e honradez é exemplificando tais virtudes, pois que os genitores são os primeiros e os mais fortes referenciais que os filhos encontram. Que os pais exercem reconhecidas influências sobre os filhos ninguém tem dúvidas, o que realmente precisamos refletir, maduramente, é sobre a qualidade dessas influências, pois que no momento nota-se significativa parte da infância, adolescência e juventude carregadas de problemas e carentes de um postura mais digna, fatores que poderão, sem dúvida, comprometer a reencarnação de muitos que planejaram progresso e evolução. Como se sentirão os pais, nos dias do futuro, ao tomarem consciência de que a falência e a derrocada dos filhos decorreram do descaso, omissão e indiferença deles diante da inadiável tarefa de educa-lós e que deixaram de realizar? Da mesma forma, qual será o tamanho e a dimensão da alegria e da satisfação dos genitores que não descuidaram da missão de educar a sua prole, ao ver os filhos enquadrados na ordem dos homens de bem? Reflitamos…ainda há tempo…
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