terça-feira, 30 de abril de 2013

Consciência e Plenitude

A busca da plenitude constitui a meta essencial da

consciência lúcida que descobriu os valores reais da vida e superou os

equívocos do ego, no processo da evolução do ser espiritual.

Conscientizado quanto à realidade da vida, na sua qualidade de hálito

divino e eterno, sabe que a rapidez do trânsito carnal em nada afeta o

conteúdo de que se constitui, porquanto identifica o mecanismo da

evolução graças ao qual se adentra na existência física, através da

concepção fetal e abandona-a por meio da anoxia cerebral, quando lhe

advém a morte.

Felicitado pela perfeita identificação dos objetivos humanos, empenha-se

por entesourar os recursos inalienáveis do bem, preservando a paz

íntima e comportando-se dentro dos cânones da ordem e do dever,

fomentadores do próprio, como do progresso geral.

A consciência seleciona as necessidades reais das que são utópicas,

abrindo espaços à realização interior que induz ao amor como meio

especial de alcançar a plenitude.

Sonhada por todos os povos, nas mais variadas época

s da História, foi assinalada por santos, místicos e heróis, como Nirv

ana, Samadi, Paraíso, glória, encontrando em Jesus a denominação amena de

Reino dos Céus, onde não vicejam as dores nem as angústias , as saudades

nem as aflições.

Delimitando-lhe as balizas no próprio coração da criatura, o Mestre

Divino propôs o mergulho no oceano dos sentimentos,

onde pode sobrenadar, fruindo de harmonia, sem ansiedade, nem

arrependimento, sem perturbação ou tormento...

Conquistada a consciência que propicia amadurecimento, o ser alcança o estado de plenitude espiritual, não obstante se encontre no invólucro carnal.

Enquanto estejas na vida corporal, exercita-te na fraternidade, não te

deixando perturbar por querelas e paixões dissolventes.

Cuida de viver com intensidade e sem cansaço as horas da existência,

deixando-as passar com real aproveitamento, de modo

que a recordação delas não te cause remorso ou lamentação.



Os momentos de consciência profunda , objetiva, proporcionam a memória

da plenitude, passo inicial para a integração no espírito total da vida.

Jesus assinalou esta conquista ao afirmar :

"Eu e meu Pai somos um."

Havia uma perfeita identificação entre Ele e o Gerador Universal,

acenando aos Seus discípulos a possibilidade de consciência integral com

plenitude pessoal.

Interessado na elucidação da plenitude , ALLAN KARDEC indagou aos Gênios

Espirituais, conforme anotou em O Livro dos Espíritos, na questão 967:

- Em que consiste a felicidade dos bons espíritos ?

- Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ó

dio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que

ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não

experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da

Vida material. São felizes pelo bem que fazem....

Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Momentos de Consciência.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Pensamento e Perispírito

Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras.

Corpo intermediário entre o ser pensante, eterno, e os equipamentos físicos, transitórios, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os efeitos dela em retorno à causa geratriz.

Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação. A ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados.

Constituído por campos de forças muito especiais, ele irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo áreas de afinidade e repulsão equivalentes às ondas emitidas.

Assim, quando por ocasião da reencarnação o Espírito é encaminhado por necessidade evolutiva aos futuros progenitores, no momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do seu perispírito, que naquele espermatozóide encontrou os fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve submeter.

A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros perispirituais, vão organizando o corpo que o Espírito habitará, conforme os atos morais praticados nas suas existências anteriores.

Como é certo que, em casos especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso.

Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição.

Espermatozóides e óvulos, em conseqüência, possuem campos de força específico, que propele os primeiros para o encontro com os últimos, facultando os surgimento da célula-ovo.

Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portador.

Desse modo, o perispírito do reencarnante sincroniza com a vibração do espermatozóide que possui a mesma carga vibratória, isto é, que dispõe dos germens da futura forma, sobre ele incidindo e passando a plasmar o corpo compatível com as necessidades evolutivas, como decorrência das catalogadas ações pretéritas. Equilíbrio da forma ou anomalia, habilidade e destreza ou incapacidade, inteligência, memória e lucidez ou imbecilidade, atraso mental, oligofrenia serão estabelecidos desde já pela incidência das conquistas espirituais sobre o embrião em desenvolvimento.

Sem descartarmos a hereditariedade nos processos da reencarnação, o seu totalitarismo, conforme pretendem diversos estudiosos da Embriologia e outras áreas da Ciência, não tem razão de ser.

Cada Espírito é legatário de si mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.

Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica, que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução;

Saúde e enfermidade, beleza e feiúra, altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito, que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas.

Além desses, os comportamentos e manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.

As alienações os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconseqüência.

A aparente hereditariedade compulsória, assim como a injunção moral atuante em determinando indivíduo, fazendo recordar algum ancestral, explicam-se em razão de ser aquele mesmo Espírito, ora renascido no clã, para dar prosseguimento a realizações que ficaram incompletas ou refazer as que foram perniciosas. Motivo este que libera “o filho de pagar pelos pais” ou avós, o que constituiria, se verdadeiro, uma terrível e arbitrária imposição da Justiça que, mesmo na Terra, tem um código penalógico mais equilibrado.

Os pensamentos largamente cultivados levam o indivíduo a ações inesperadas, como decorrência da adaptação mental que se permitiu. Desencadeada a ação, os efeitos serão incorporados ao modus vivendi posterior da criatura. E mesmo quando não se convertem em atitudes e realizações por falta de oportunidade, aquelas aspirações mentais vividas em clima interior apresentam-se como formas e fantasmas que terão de ser diluídas através de reagentes de diferente ordem, para que se restabeleça o equilíbrio do conjunto espiritual.

Conforme a consonância mental da idéia aparece uma correspondente necessidade da emoção.

Todos esses condicionamentos estabelecem o organograma físico, mental e moral da futura empresa reencarnacionista a que o Espírito se deve submeter, ante o fatalismo da evolução.

O conjunto – Espírito ou mente, perispírito ou psicossoma e corpo ou soma – é tão estranhadamente conjugado no processo da reencarnação que, em qualquer período da existência, são articulados ou desfeitos sucessivos equipamentos que procedem da ação de um sobre o outro. O Espírito aspira e o perispírito age sobre os implementos materiais, dando surgimento a respostas orgânicas ou a fatos que retornam à fonte original, como efeito da ação física que o mesmo corpo transfere, para o ser eterno, concedendo-lhe crédito ou débito que se incorpora à economia da vida planetária.

O mundo mental, das aspirações e ideais, é o grande agente modelador do mundo físico, orgânico. Conforme as propostas daquele têm lugar as manifestações neste.

Assim se compreende por que a Terra é mundo de “provas e expiações”, considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portando, da evolução.

À medida que o ser evolve melhores condições estatui para o próprio crescimento, dentro do mesmo critério da lei do progresso, que realiza com mais segurança os mecanismos de desenvolvimento de acordo com as conquistas logradas. Quanto mais adiantado um povo, mais fáceis e variados são-lhe os recursos para o seu avanço.

O pensamento, desse modo, é um agente de grave significado no processo natural da vida, representando o grau de elevação ou inferioridade do Espírito que, mediante o seu psicossoma ou órgão intermediário, plasma o que lhe é melhor e mais necessário para marchar no rumo da libertação.

Manoel Philomeno de Miranda

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 23.01.1986, no Centro Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador-BA. Publicada no REFORMADOR de Abril/ 1986).

Responsabilidade mediúnica

Uma reunião mediúnica séria, à luz do Espiritismo, é constituída por um conjunto operacional de alta qualidade, em face dos objetivos superiores que se deseja alcançar.

Tratando-se de um empreendimento que se desenvolve no campo da energia, requisitos graves são exigidos, de forma que sejam conseguidas as realizações, passo a passo, até a etapa final.

Não se trata de uma atividade com características meramente transcendentais, mas de um labor que se fundamenta na ação da caridade, tendo-se em vista os Espíritos aos quais é direcionado.

Formada por um grupamento de pessoas responsáveis e conscientes do que deverão realizar, receberam preparação anterior, de modo a corresponderem aos misteres a que todos são convocados para exercer, no santificado lugar em que se programa a sua execução.

Deve compor-se de conhecedores da Doutrina Espírita e que exerçam a prática da caridade sob qualquer aspecto possível, de maneira a conduzirem créditos morais perante os Soberanos Códigos da Vida, assim atraindo as Entidades respeitáveis e preocupadas com o bem da Humanidade.

Resultado de dois aglomerados de servidores lúcidos – desencarnados e reencarnados – que têm como responsabilidade primordial manter a harmonia de propósitos e de princípios, a fim de que os labores que programam sejam executados em perfeito equilíbrio.

Para ser alcançada essa sincronia, ambos os segmentos comprometem-se a atender os compromissos específicos que devem ser executados.

Aos Espíritos orientadores compete a organização do programa, desenhando as responsabilidades para os cooperadores reencarnados, ao tempo em que se encarregam de produzir a defesa do recinto, a seleção daqueles que se deverão comunicar, providenciando mecanismos de socorro para antes e depois dos atendimentos.

Confiando na equipe humana que assumiu a responsabilidade pela participação no trabalho de graves conseqüências, movimentam-se, desde às vésperas, estabelecendo os primeiros contatos psíquicos daqueles que se comunicarão com os médiuns que lhes servirão de instrumento, desenvolvendo afinidades vibratórias compatíveis com o grau de necessidade de que se encontram possuídos.

Encarregam-se de orientar aqueles que se comunicarão, auxiliando-os no entendimento do mecanismo mediúnico, para evitar choques e danos à aparelhagem delicada da mediunidade, tanto no que diz respeito às comunicações psicofônicas atormentadas quanto às psicográficas de conforto moral e de orientação.

Cuidam de vigiar os comunicantes, poupando os componentes da reunião de agressões e de distúrbios defluentes da agitação dos enfermos mentais e morais, bem como das distonias emocionais dos perversos que também são conduzidos ao atendimento.

Encarregam-se de orientar o critério das comunicações, estabelecendo de maneira prudente a sua ordem, para evitar tumulto durante o ministério de atendimento, assim como impedindo que o tempo seja malbaratado por inconseqüência do padecente desencarnado.

Nunca improvisam, porquanto todos os detalhes do labor são devidamente examinados antes, e quando algo ocorre que não estava previsto, existem alternativas providenciais que impedem os desequilíbrios no grupo.

Equipamentos especializados são distribuídos no recinto para utilização oportuna, enquanto preservam o pensamento elevado ao Altíssimo...

Concomitantemente, cabem aos membros reencarnados as responsabilidades e ações bem definidas, para que o conjunto se movimente em harmonia e as comunicações fluam com facilidade e equilíbrio.

Todo o conjunto é resultado de interdependência, de um como do outro segmento, formando um todo harmônico.

Aos médiuns é imprescindível a serenidade interior, a fim de poderem captar os conteúdos das comunicações e as emoções dos convidados espirituais ao tratamento de que necessitam.

A mente equilibrada, as emoções sob controle, o silêncio íntimo, facultam o perfeito registro das mensagens de que são portadores, contribuindo eficazmente para a catarse das aflições dos seus agentes.

O médium sabe que a faculdade é orgânica, mantendo-se em clima de paz sempre que possível, não apenas nos dias e nas horas reservadas para as tarefas especiais de natureza socorrista, porquanto Espíritos ociosos, vingadores, insensatos que envolvem o planeta encontram-se de plantão para gerar dificuldades e estabelecer conflitos entre as criaturas invigilantes.

Por outro lado, o exercício da caridade no comportamento normal, o estudo contínuo da Doutrina e a serenidade moral, são-lhe de grande valia, porque atraem os Espíritos nobres que anelam por criar uma nova mentalidade entre as criaturas terrestres, superando as perturbações ora vigentes no planeta.

Não é, porém, responsável somente o medianeiro, embora grande parte dos resultados dependam da sua atuação dignificadora, o que lhe constituirá sempre motivo de bem-estar e de felicidade, por descobrir-se como instrumento do amor a serviço de Jesus entre os seus irmãos.

Aos psicoterapeutas dos desencarnados é impositivo fundamental o equilíbrio pessoal, a fim de que as suas palavras não sejam vãs, e estejam cimentadas pelo exemplo de retidão e de trabalho a que se afervoram.

O seu verbo será mantido em clima coloquial e sereno, dialogando com ternura e compaixão, sem o verbalismo inútil ou a presunção salvacionista, como se fosse portador de uma elevação irretocável.

Os sentimentos de amor e de misericórdia igualmente devem ser acompanhados pelos compromissos de disciplina, evitando diálogos demorados e insensatos feitos de debates inconseqüentes, tendo em vista que a oportunidade é de socorro e não de exibicionismo intelectual.

O objetivo da psicoterapia pela palavra e pelas emanações mentais e emocionais de bondade não é o de convencer o comunicante, mas o de despertá-lo para o estado em que se encontra, predispondo-o à renovação e ao equilíbrio, nele se iniciando o despertamento para a vida espiritual.

Conduzir-se com disciplina moral, no dia-a-dia da existência, é um item exigível a todos os membros da grei, a fim de que a amizade, o respeito e o apoio dos Benfeitores auxiliem-nos na conquista de si mesmos.

Numa reunião mediúnica séria, não há lugar para dissimulações, ressentimentos, antipatias, censuras, porque todos os elementos que a constituem têm caráter vibratório, dando lugar a sintonias compatíveis com a carga emocional de cada onda mental emitida.

Desse modo, não há porque alguém preocupar-se em enganar o outro, porquanto, se o fizer, a problemática somente a ele próprio perturbará.

À equipe de apoio se reservam as responsabilidades da concentração, da oração, da simpatia aos comunicantes, acompanhando os diálogos com interesse e vibrando em favor do enfermo espiritual, a fim de que possa assimilar os conteúdos saudáveis que lhe são oferecidos.

Nunca permitir-se adormecer durante a reunião, sob qualquer justificativa em que o fenômeno se lhe apresente, porque esse comportamento gera dificuldades para o conjunto, sendo lamentável essa autopermissão...

Aos médiuns passistas cabem os cuidados para se manterem receptivos às energias saudáveis que provêm do Mundo Maior, canalizando-as para os transeuntes de ambos os planos no momento adequado.

Todo o movimento entre as duas esferas de ação deve acontecer suavemente, como num centro cirúrgico, que o é, de modo a refletir-se na segurança do atendimento que se opera.

Os círculos mediúnicos sérios, que atraem os Espíritos nobres e que encaminham para os seus serviços aqueles desencarnados que lhes são confiados, não podem ser resultado de improvisações, mas de superior programação.

Os membros que os constituem estarão sempre atentos aos compromissos assumidos, de forma que possam cooperar com os Mentores em qualquer momento que se faça necessário, mesmo fora do dia e horário estabelecidos.

Pontualidade de todos na freqüência, cometimento de conduta no ambiente, unção durante os trabalhos e alegria por encontrar--se a serviço de Jesus, são requisitos indispensáveis para os resultados felizes de uma reunião mediúnica séria à luz do Espiritismo.

Manoel Philomeno de Miranda

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 28 de agosto de 2007, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador (BA)

Se logue ou se registre para poder enviar comentários

Advertência aos Médiuns

Advertência aos Médiuns

Allan Kardec afirmou com sabedoria que a mediunidade é "apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos em geral."(1)
Por essa e outras razões, os médiuns não se podem vangloriar de haverem sido eleitos como missionários da Nova Era, deixando-se sucumbir aos tormentos da fascinação sutil ou extravagante.

A atividade mediúnica, por isso mesmo, constitui oportunidade abençoada para o aperfeiçoamento intelecto-moral do indivíduo, que se permitiu dislates em reencarnações anteriores, comprometendo-se em lamentáveis situações espirituais.
A mediunidade é, portanto, um ensejo especial para a autorrecuperação, devendo ser utilizada de maneira dignificante, em cujo ministério de amor e de caridade será encontrada a diretriz de segurança para o reequilíbrio.
Quando se trata de mediunidade ostensiva, com mais gravidade devem ser assumidos os deveres que lhe dizem respeito, porquanto maior se apresenta a área de serviço a ser desenvolvido.
Em qualquer tipo de realização nobilitante sempre se enfrentam desafios e lutas, em face do estágio evolutivo em que se encontram os seres humanos e o planeta terrestre. É natural que haja alguma indiferença pelo que é bom e elevado, quando não se apresentam hostilidades em trabalho impeditivo da sua divulgação.
Sendo a mediunidade um recurso que possibilita o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual, as mentes desprevenidas ou ainda arraigadas na perversidade tudo investem para impedir que o fenômeno ocorra de maneira saudável, proporcionando, assim, os meios para restabelecer-se a ordem moral e confirmar-se a imortalidade do ser, propondo-lhe equilíbrio e venturas no porvir.
Não são poucos os obstáculos a serem transpostos por todo aquele que se candidata ao relevante labor mediúnico. Os primeiros encontram-se no seu mundo íntimo, nos hábitos doentios a que se acostumou no pretérito, quando permaneceu distanciado dos deveres morais, criando problemas para o próximo, que resultaram em inquietações para si mesmo. A luta a ser travada, para a superação do desafio, ninguém vê, exceto aquele que está empenhado no combate em favor da autolibertação, impondo-se a necessidade de rigorosas disciplinas que possam proporcionar-lhe novas condutas saudáveis, capazes de facilitar-lhe a execução das tarefas espirituais sob a responsabilidade e comando dos Mensageiros do Senhor.
O estudo consciente da faculdade mediúnica e a vivência dos requisitos morais são, a seguir, outro grande desafio, por imporem condições de humildade no desempenho das tarefas, tomando sempre para si as informações e advertências que lhe chegam do Mais Além, ao invés de transferi-las para os outros.
O médium sincero, mais do que outro lidador laborioso em qualquer área de ação, encontra-se em constante perigo, necessitando aplicar a vigilância e a oração com frequência, de modo a manter-se em paz ante o cerco das Entidades ociosas e vingadoras da erraticidade inferior. Isto porque, comprazendo-se na prática do mal, a que se dedicam, as mesmas transformam-se em inimigos gratuitos de todos aqueles que lhes parecem ameaçar a situação em que se encontram.
Por isso mesmo, a prática mediúnica reveste-se de seriedade e de entrega pessoal, não dando espaço para o estrelismo, as competições doentias e as tirânicas atitudes de agressão a quem quer que seja...
Devendo ser passivo o médium, a fim de bem captar o pensamento que verte das Esferas superiores, o seu comportamento há de caracterizar-se pela jovialidade, pela compreensão das dificuldades alheias, pela compaixão em favor de tudo e de todos que encontre pelo caminho.
As rivalidades entre médiuns, que sempre existiram e continuam, defluem da inferioridade moral dos mesmos, porque a condição mais relevante a ser adquirida é a de servidor incansável, convidado ao trabalho na Seara por Aquele que é o Senhor .
Examinar com cuidado as comunicações de que se faz portador, evitando a divulgação insensata, de temas geradores de polêmica, a pretexto de revelações retumbantes, e defendê-los, constitui inadvertência e presunção, por considerar-se como o vaso escolhido para as informações de alto coturno, que o mundo espiritual libera somente quando isso se faz necessário. Jamais esquecer, quando incluído nessa categoria, que o caráter da universalidade do ensino, conforme estabelecer o mestre de Lyon, é fundamental para demonstrar a qualidade e a origem do ensinamento, se pertencente a um Espírito ou se, em chegando o momento da sua divulgação entre as criaturas humanas, procede da Espiritualidade superior.
Quando se sente inspirado a adotar comportamentos esdrúxulos, informações fantasiosas e de difícil confirmação, materializando o mundo espiritual como se fosse uma cópia do terrestre e não ao contrário, certamente está a desserviço do Bem e da divulgação do Espiritismo.
O verdadeiro médium espírita é discreto, como corresponde em relação a todo cidadão digno, evitando, quanto possível, o empenho em impor as revelações de que se diz instrumento.
De igual maneira, quando o médium passa a defender-se, a criticar os outros, a autopromover-se demais, encontra-se enfermo espiritualmente, a caminho de lamentável transtorno obsessivo ou emocional.
A sua sensibilidade é considerada não apenas pelo fato de receber os Espíritos superiores, mas pela facilidade de comunicar-se com todos os Espíritos, conforme acentua o insigne Codificador.
Assim deve considerar, porque a mediunidade é, em si mesma, neutra, podendo ser encontrada em todos os tipos humanos, razão pela qual não se trata de uma faculdade espírita, porém, humana, que sempre existiu em todas as épocas da sociedade, desde os tempos mais remotos até os atuais.
No trabalho silencioso e discreto do atendimento aos sofredores, seja no seu cotidiano em relação aos companheiros da romagem carnal, seja nas abençoadas reuniões de atendimento aos desencarnados em agonia, assim como àqueles que se rebelaram contra as Leis da Vida, encontrará o medianeiro sincero inspiração e apoio para a desincumbência da tarefa que abraça.
Dedicando-se ao labor da caridade sem jaça, granjeia o afeto dos Espíritos elevados, que passam a protegê-lo sem alarde e a inspirá-lo nos momentos de dificuldades e de sofrimentos, consolando-o nos testemunhos e na solidão que, não raro, dominam-lhe as paisagens íntimas.Consciente da responsabilidade que lhe diz respeito, não se preocupa com as louvaminhas e os aplausos da leviandade, em agradar os poderosos e os insensatos que o buscam, por compreender que está a serviço da Verdade, que, infelizmente, ainda, como no passado, não existe lugar para a sua instalação. Dessa forma, mantém-se fiel à sua implantação interna, vivendo-a de maneira jovial e enriquecedora, dando mostras de que o Reino de Deus instala-se a princípio no coração, de onde se expande para o mundo transcendente.
Tem cuidado na maneira pela qual exterioriza as informações recebidas, dando-lhes sempre o tom de naturalidade e de equilíbrio, evitando o deslumbramento que a ignorância em torno da sua faculdade sempre reveste com brilho falso os seus portadores.
Jamais se deve permitir a presunção, acreditando-se irretocável, herdeiro da memória e dos valores dos missionários do passado próximo ou remoto, tendo em Jesus Cristo, e não em pessoa alguma, o seu guia e modelo.
Despersonalizar-se para que nele se reflita a figura incomparável do Mestre de Nazaré, eis uma das metas a conquistar, recordando-se de João Batista, que informou sobre a necessidade de diminuir-se para que Ele crescesse, considerando-se indigno de atar as amarras das Suas sandálias...
A mediunidade é instrumento que se pode transformar em vínculo de luz entre a Terra e o Céu, ou furna de perturbação e sofrimento onde se homiziam os invigilantes e desalmados, em conflitos e pugnas contínuas.
A faculdade, em si mesma, é portadora de grande potencialidade para proporcionar a felicidade, quando o indivíduo que a aplica no Bem procura servir com bondade e alegria, evitando a disputa das glórias mentirosas do mundo físico, assim como os desvios de conduta responsáveis pelas quedas morais da sua aplicação indevida.
As trombetas do mundo espiritual ressoam hoje, como em todos os tempos, nas consciências alertas, convocando os corações afetuosos para o grande empreendimento de iluminação de vidas e de sublimação de sentimentos, atenuando as dores expressivas deste momento de transição de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.
Aos médiuns dignos e sinceros cabe a grande tarefa de preparar o advento da Era Nova, conforme o fizeram aqueles que se tornaram instrumento das mensagens libertadoras que foram catalogadas por Allan Kardec, nos seus dias, elaborando a Codificação Espírita, e que se mantêm atuais ainda hoje, prosseguindo certamente pelos dias do futuro.
Que os médiuns, pois, se desincumbam do compromisso e não da missão, como alguns levianamente a interpretam, gerando simpatia e solidariedade, unindo as pessoas numa grande família, que a constituem, e sustentando-lhes a sede e a fome de luz e de paz, de esperança e de amor, como somente sabem fazer os Guias da Humanidade a serviço de Jesus.
(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XXIV. Item 12.
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na tarde de 16 de abril de 2009, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia. http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=117.

CONVITE AO EQUILÍBRIO


Convite ao Equilíbrio

"... Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e Honra". (1º TESSALONICENSES: capítulo 4º, versículo 4.)
Não há como negá-lo. Profundamente vinculados ao espírito, os hábitos decorrem do uso correto ou não que se imprimem às funções desta ou daquela natureza.
No que diz respeito às experiências sexuais, pela imposição procriativa, atendendo à lei de reprodução, o espírito no corpo engendra as grades do presídio em forma de viciações escravizantes ou as asas da sublimação libertadora.
A generalidade das pessoas, no entanto, padece a constrição dos apelos da retaguarda primitiva, fugindo, a princípio impensadamente, e depois em consciência às responsabilidades em relação ao aparelho genésico, mergulhando nos fundos fossos dos vícios cruéis, nos quais a jaula da loucura aprisiona em longo curso aqueles que nela se adentram precipitadamente.
Por isso, sejam quais forem as chamadas liberações morais que te facultem o abuso, resguarda-te no equilíbrio.
Não te permitas fascinar pela falsa tolerância que desborda em conivência de indignidade, porqüanto, mesmo que as condições sociais legalizem estes ou aqueles atentados à moral e ao pudor, dando-lhes cidadania, a má aplicação das forças genésicas produzirá em ti mesmo lamentáveis processos de ulceração espiritual de presença demorada...
Homossexualismo, heterossexualismo, obedecem a programas liberativos que ao espírito são impostos por indispensável necessidade de disciplina da vontade e corrigenda moral.
Respeita, assim, nos limites que a vida te coloca ao alcance da evolução, a oportunidade redentora de que não te podes furtar.
E se te encontras em regime liberativo, sem feridas de qualquer natureza não resvales nos compromissos negativos, para que não retornes estigmatizado pelas chagas que hoje são exibidas ao aplauso como ao sarcasmo no desfile das ruas e nos veículos de comunicação, produzindo cinismo e vilania, longe de qualquer terapêutica educativa ou saneadora.
Equilíbrio em qualquer circunstância como sinal de vitória sobre as paixões e de renovação na luta.
Nesse sentido a recomendação do Apóstolo Paulo não dá margem a qualquer eufemismo: "Que vos abstenhais da prostituição."

FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 17.


domingo, 28 de abril de 2013

A MEDIUNIDADE


Todos somos médiuns?

Todos somos portadores da mediunidade natural que é o canal psíquico pelo qual recebemos as influências boas ou ruins que estimulam as experiências do Espírito na vida terrena. Porém, nem todos somos médiuns, conforme denominou Allan Kardec.

Então o que é um médium?

Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele que sente a presença ostensiva dos Espíritos, seria aquele que serviria de ponte entre o mundo visível e o invisível. A prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma disposição orgânica, porém o uso que se faz.

Como sabemos se somos médiuns? E se formos, o que devemos fazer?

Allan Kardec diz que todos somos mais ou menos médiuns, pois todos possuem a mediunidade natural, canal psíquico através do qual somos estimulados ao crescimento. Entretanto, médiuns propriamente ditos são aqueles que recebem manifestações ostensivas dos Espíritos. A única forma de sabermos se temos ou não mediunidade ostensiva é nos colocando como servidores sinceros da causa de Jesus. Ou seja, deveremos primeiro fazer parte da equipe de trabalhadores de uma casa espírita e lá, através dos estudos sérios e da disciplina interior, procurarmos entender antes as nuanças do contato com os Espíritos. Allan Kardec diz em O Livro dos Médiuns, que não se deve nunca iniciar um trabalho de intercâmbio espiritual sem estudar a mediunidade. Existem algumas pessoas que sentem influências dos Espíritos, em diversos graus de intensidade, e acham que, por isso, estão prontas para trabalhar nesse campo. Geralmente não aceitam a idéia de que precisam se instruir mais e mais. Vão às casas espíritas somente para trabalhar com mediunidade e se não a aceitam naquela, buscam outra, e assim permanecem por toda a vida.

Isto pode acarretar algum problema para as pessoas?

Sim, pode. Desde perturbações leves, até obsessões graves, o que infelizmente não é pouco freqüente, pela forma com que a mediunidade é tratada no Brasil. Todos somos suscetíveis às más influências devido às imperfeições próprias dos Espíritos que habitam os planetas de provas e expiações. Em muito maior escala são os médiuns que, se não cuidam do estudo e do preparo moral, funcionam como verdadeiras antenas e situam-se como focos freqüentes de perturbações espirituais. Se os médiuns não tiverem os cuidados necessários com a sua edificação e se colocarem a serviço do intercâmbio sem o devido preparo, poderão cair presas de Espíritos pouco adiantados de que está cheia a atmosfera.

Podemos nos comunicar com outros Espíritos?

Sim. Todos somos Espíritos vivendo em planos diferentes da vida e estamos mergulhados na atmosfera fluídica que nos rodeia e serve de elemento de contato. Portanto, podemos nos comunicar com o mundo espiritual freqüentemente, seja através da mediunidade ostensiva consciente, dos fenômenos inconscientes, das preces ou intuições que recebemos constantemente do mundo espiritual.

Existe a incorporação de Espíritos?

No sentido semântico do termo não existe incorporação, pois nenhum Espírito conseguiria tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o lugar da sua Alma. O que ocorre é que o médium e o Espírito se comunicam de perispírito a perispírito, ou seja mente a mente, dando a impressão de que o médium está incorporado. Na mediunidade equilibrada, o médium tem um maior controle de sua faculdade e o fenômeno mediúnico acontece mais a nível mental. Nos processos obsessivos graves (doenças mórbidas causadas por Espíritos inferiores), onde a mediunidade está perturbada, podem ocorrer crises nervosas. Observadores de pouco conhecimento podem achar que um Espírito mau apoderou-se do corpo do enfermo. Foi esse fenômeno que deu origem às práticas de exorcismo.

Tenho bastante dificuldade para definir a diferença entre Clarividência, Vidência, Audiência, Clariaudiência, Dupla vista.

A vidência e a clarividência são essencialmente anímicas. Trata-se da visão que o próprio Espírito encarnado tem do mundo invisível. Não há interferência de Espíritos e por isso não deveria (segundo Allan Kardec), ser considerada mediunidade. Mas, para fins de classificação, ele é tida como sendo uma mediunidade. Mesmo nos casos em que um Espírito amigo mostra um quadro projetado no ambiente astral, ainda assim, é o médium quem vê. Há ajuda na formação do quadro, mas não na visão propriamente dita. Vidência é a faculdade superficial. Clarividência, a mesma faculdade, mas com alcance mais profundo, podendo estender-se no espaço e (em alguns casos) no tempo. A dupla-vista é a clarividência, acompanhada da projeção do Espírito no mundo astral. Trata-se do chamado "desdobramento". Entendemos a mediunidade de audiência como aquela em que a voz aparece na intimidade do ser. A clariaudiência é diferente, por tratar-se de uma voz clara, exterior.

O que é ideoplastia?

Ideoplastia é um fenômeno de transfiguração que pode acontecer durante as manifestações dos Espíritos. Quando a influência do desencarnado é muito intensa junto do campo psicossomático do médium ele poderá assumir algumas feições do comunicante.

Já que não existe a incorporação, como médiuns dão passividade a Espíritos menos esclarecidos, tomando formas físicas diferentes, falando com voz alterada. Isto seria charlatanismo?

O processo de incorporação tal qual essa palavra exprime não existe, pois ninguém pode "entrar" no corpo de outro. Mas o Espírito pode, e é isso o que normalmente faz, agir no campo mental através de sintonia (e por afinidade fluídica), assumindo a personalidade e a vontade do indivíduo. Nos casos de subjugação, por exemplo, o domínio é tão intenso que dá a impressão que o Espírito toma posse do corpo da pessoa. Na prática da mediunidade, quanto maior o esclarecimento do médium menor o domínio que o Espírito terá sobre ele. Se tem pouco esclarecimento sobre essa faculdade, certamente deixará que Espíritos pouco adiantados a usem da forma que bem entenderem. No que diz respeito a mudança de fisionomia, Allan Kardec instrui que trata-se do fenômeno da transfiguração, coisa mais comum nas manifestações dos Espíritos inferiores, podendo, sem dúvida acontecer também com os superiores.

Qual o conceito e as características de médiuns curadores e médiuns pneumatógrafos?

Os médiuns curadores são aqueles que têm o dom de curar com a imposição das mãos (em alguns casos com o olhar ou com fenômenos provocados à distância), secundados pelos Espíritos que trabalham na área de cura das enfermidades físicas. Allan Kardec diz que são pessoas que possuem um fluido humano especial, que potencializado pelos fluidos do mundo dos Espíritos, podem modificar a estrutura da matéria, promovendo as curas.

Os médiuns pneumatógrafos são aqueles que têm aptidão para obter a escrita direta dos Espíritos em papel guardado em gavetas ou recipientes fechados. Ou seja, o médium doa de seu fluido especial para que os Espíritos escrevam diretamente sobre o papel. É muito rara e limita-se aos casos de comprovação da existência das potências ocultas e sua influência no mundo material.

Gostaria de saber se existe algum método para aprofundar o dom da mediunidade, se existe algum meio de "exercitar" a mediunidade.

O melhor meio para exercitar a mediunidade é ingressando nas fileiras de trabalhadores de uma casa espírita idônea, que prime pelos estudos em todos os sentidos. Sem o estudo sério, disciplinado e consequentemente a necessidade da reforma interior, a possibilidade de cair sob a influência dos Espíritos enganadores é muito grande. O exercício da mediunidade deve ser feito dentro de um sentimento de dedicação, abnegação e sinceridade, a fim de que possa-se merecer a atenção dos bons Espíritos. Desconfie sempre de quem "descobre" sua mediunidade à primeira vista. A mediunidade é estudo e prática.

Em que estado permanece o Espírito do médium quando este recebe uma entidade desencarnada? Seu Espírito continua em seu corpo ou fica à sua volta? A Codificação fala algo sobre este assunto?

O processo de influenciação do médium pelo Espírito se dá todo no campo mental. O médium é consciente de seu trabalho e quanto mais desenvolvido nas lides mediúnicas, mais consciente de sua capacidade permanece. Tudo se dá no sentido da afinidade fluídica, estimulando a mente do médium a transmitir as sensações do mundo invisível à sua volta. A influência será mais ou menos intensa, conforme o grau intensidade da faculdade. Mesmos nos casos de mediunidade sonambúlica, o médium jamais abandona seu corpo físico.

Devemos acreditar em tudo o que os Espíritos dizem?

Os Espíritos desencarnados são almas de homens que já viveram na Terra. Portanto podem ser portadores dos defeitos e qualidades que tinham quando encarnados. Podemos acreditar nas palavras dos homens bons, mas não devemos dar crédito aos conselhos daqueles de má índole. Da mesma forma deveremos proceder com o mundo dos Espíritos. Devemos analisar cada comunicação dada pelos Espíritos, qualquer que seja o nome que assinem. Os bons trazem mensagens edificantes e com algum fim útil e querem sempre o bem da humanidade. Os atrasados ou maus podem nos enganar com palavras belas e melífluas, podendo tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos iluminados para nos impressionar. Desses devemos nos precaver, conforme nos ensina Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.

Alguém pode ser obrigado a desenvolver sua mediunidade?

Ninguém é obrigado a desenvolver a mediunidade. É errada a idéia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes das pessoas. Geralmente, sofre-se por ignorância e por falta de cuidados com a vida no plano material. Aqueles que quiserem dedicar-se à tarefa mediúnica deverão trabalhar para vencer suas imperfeições, além de ter que estudar a Doutrina Espírita com seriedade e disciplina. Um médium que não toma esses cuidados, poderá permanecer sob a influência dos Espíritos maus. Quem for médium e não quiser praticar sua mediunidade, deverá pelo menos esforçar-se para sua melhoria moral, procurando libertar-se dos vícios mais grosseiros (cigarro, bebida e drogas).

As cirurgias espirituais são realmente feitas por Espíritos? Nesse caso, como pode um Espírito elevado ser antiético, exercendo ilegalmente a medicina?

Sim, as cirurgias espirituais são feitas por Espíritos de médicos que atuam no corpo perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à ciência médica, usando fluidos humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo que fira as leis humanas. Um Espírito elevado jamais transgride qualquer lei. As curas realizadas em nome do Espiritismo praticado com seriedade, são feitas utilizando apenas a fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos cortantes, podem ser feitas por Espíritos superiores, mas não são consideradas trabalhos espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte, como os de José Pedro de Freitas (Arigó) e Edson Queiroz, existia uma missão a ser cumprida e visava chamar a atenção da comunidade científica para a realidade da vida espiritual. E parece que conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo próprio atraso do homem para a compreensão das coisas do Espírito. Pelo lado prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan Kardec, justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma prática que possa ser exercitada por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo são feitas exclusivamente com a imposição de mãos.

Gostaria de saber, se é possível uma pessoa que está estudando kardecismo não poder ajudar por não ter dons mediúnicos. E no caso, o que as pessoas devem fazer para saber se têm dons ou não?

Qualquer pessoa pode ajudar no centro espírita, desde que disponha de boa vontade e preparo moral e doutrinário adequados. Isso se consegue com estudo e boa dose de seriedade, dedicação, abnegação e disciplina. Não é necessário ter dons mediúnicos para servir. Existem inúmeras frentes de trabalho nas casas espíritas onde se pode desempenhar tarefas que não dependem da mediunidade. Para se saber dos possíveis dons mediúnicos, Allan Kardec nos diz que devemos testar as pessoas. Não existe uma fórmula e nem podemos adivinhar quem tem ou não. Os melhores servidores nesta área são aqueles formados dentro das casas espíritas que tratam o estudo da Doutrina Espírita com seriedade. Aqui entra a grande responsabilidade do dirigente que teoricamente deveria estar apto a conduzir as pessoas de forma equilibrada ao desenvolvimento e exercício desta nobre tarefa. Os médiuns ostensivos, que já demonstram algum dom desde cedo, devem ser submetidos igualmente ao estudo disciplinado e à orientação de alguém experiente dentro do centro espírita que possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade. Caso contrário, poderá desequilibrar-se.

É certo o procedimento que alguns centros espíritas têm de colocar pessoas, que estão indo pela primeira vez à casa, em trabalhos mediúnicos?

Allan Kardec diz que não se deve lidar com a mediunidade sem conhecê-la. O bom senso e a razão nos falam a mesma coisa. Em todos os departamentos da vida o homem busca aperfeiçoar-se para servir melhor. Sem conhecer o seu ofício não poderá desempenhar a tarefa a que se propõe com conhecimento de causa. Portanto, colocar pessoas para lidar com Espíritos sem se preparar para isso é o mesmo que realizar experiências químicas sem conhecer as leis da química, diz o Codificador. Seria uma insensatez. Os medianeiros devem ser preparados com muita cautela para servir nesse campo. Primeiro devem estar inseridos nos trabalhos habituais da casa, servindo com dedicação e seriedade, transformando-se em trabalhadores. Devem ser instruídos nas aulas sobre a Doutrina Espírita e depois, então, poderão ser experimentados no ministério da mediunidade. A pessoa que chega à casa espírita pela primeira vez com a intenção de servir apenas no campo da mediunidade, não entendeu ainda o papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a oportunidade que está tendo de servir com equilíbrio no campo do Bem. Necessita de instrução nesse ponto. Se for sincero o seu desejo de servir, permanecerá no aprendizado. Se não, procurará outra casa que lhe dê o que deseja.

Há algum impedimento de mulheres grávidas participarem de reuniões mediúnicas?

Não é aconselhável. O processo reencarnatório do Espírito é uma experiência delicada que envolve muitos aspectos energéticos e psíquicos. Um deles é o estado psicológico da mãe que, sem sombra de dúvidas, se altera por alguns meses, enquanto aguarda a chegada do Espírito que lhe foi encaminhado como filho. Ela necessita de tranqüilidade, descanso e não deve se submeter a atividades que lhe exijam grandes perdas de energias de qualquer natureza. Sabe-se que, nas atividades de intercâmbio espiritual, há toda uma movimentação de fluidos energizados, podendo haver gastos que poderá ser prejudicial para a mulher em estado de gravidez. Além disso, há o aspecto do reencarnante. É sabido pela ciência oficial da extrema importância do equilíbrio e interação mãe-filho desde o ventre. Por conta disso é prudente que se isente a mulher grávida das tarefas da mediunidade. O melhor que ela poderá fazer será cuidar de ter seu bebê em paz. Ao fazê-lo, estará praticando a caridade maior, que é a de dar vida a um novo ser. Quando puder, retornará às suas atividades mediúnicas normalmente.

Pode o Espírito encarnado promover fenômenos físicos, tipo materialização ou transporte de objetos, sem o concurso dos Espíritos do mundo invisível?

O fenômeno de transporte, materialização, transcomunicação ou qualquer outro de efeitos físicos, necessita do concurso dos Espíritos desencarnados, pois segundo Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, capítulo IV, é necessária a união do fluido animalizado perispiritual (do médium) com o fluido universal do Espírito para que aconteçam esses os fenômenos. Não pode ser isolado, ou seja sem o concurso de ambas as partes. Alguns manipuladores desses fenômenos não acreditam em Espíritos, porém, mesmo assim, estão sempre secundados por eles.

Créditos: Grupo Espírita Bezerra de Menezes





 http://www.espirito.org.br/portal/perguntas/prg-004.html