quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Livro 35 - Meditações Diárias


Desde a publicação do livro Nosso lar , em 1943, recebido pelo médium Chico Xavier, o seu autor espiritual, André Luiz, ficou muito conhecido, pois foi o primeiro de uma série de treze livros que num estilo inconfundível, veio desvendar a vida no plano espiritual.

Mas além dessa obras, o espírito André Luiz também enriqueceu a literatura espírita com suas mensagens esclarecedoras, de abordagem direta, nos chamando para a responsabilidade de nossos atos no dia-a-dia de nossa vida.

E este livro encerra uma coletânea de suas melhores mensagens, sempre em parceria com o grande médium Chico Xavier, proporcionando, ao leitor, momentos de reflexão para uma vida feliz dentro dos preceitos do cristianismo Redivivo.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Se Você Deseja


Se você deseja ser cristão efetivamente:

perdendo, vencerá na batalha humana;

cedendo, obterá os recursos de que precisa;

trabalhando, conseguirá a felicidade própria;

perdoando, edificará em torno de si mesmo;

libertando, conquistará os outros;

suportando, resistirá na tempestade;

renunciando, ganhará tesouros imortais;

abençoando, salvará muitos;

sofrendo, terá mais luz;

sacrificando-se, encontrará a paz;

suando, purificar-se-á;

amando, iluminará sempre.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

A Beneficência


A mulher rica, venturosa, que não precisa empregar o tempo nos trabalhos de sua casa, não poderá consagrar algumas horas a trabalhos úteis aos seus semelhantes? Compre, com o que lhe sobre dos prazeres, agasalhos para o desgraçado que tirita de frio; confeccione, com suas mãos delicadas, roupas grosseiras, mas quentes; auxilie uma mãe a cobrir o filho que vai nascer. Se por isso seu filho ficar com algumas rendas de menos, o do pobre terá mais com que se aqueça. Trabalhar para os pobres é trabalhar na vinha do Senhor.
 

E tu, pobre operária, que não tens supérfluo, mas que, cheia de amor aos teus irmãos, também queres dar do pouco com que contas, dá algumas horas do teu dia, do teu tempo, único tesouro que possuis; faze alguns desses trabalhos elegantes que tentam os felizes; vende o produto dos teus serões e poderás igualmente oferecer aos teus irmãos a tua parte de auxílios. Terás, talvez, algumas fitas de menos; darás, porém, calçado a um que anda descalço.

 
E vós, mulheres que vos votastes a Deus, trabalhai também na sua obra; mas, que os vossos trabalhos não sejam unicamente para adornar as vossas capelas, para chamar a atenção sobre a vossa habilidade e paciência. Trabalhai, minhas filhas, e que o produto de vossas obras se destine a socorrer os vossos irmãos em Deus. Os pobres são seus filhos bem-amados; trabalhar para eles é glorificá-lo. Sede-lhes a providência que diz: "Aos pássaros do céu dá Deus o alimento." Mudem-se o ouro e a prata que se tecem nas vossas mãos em roupas e alimentos para os que não os têm. Fazei isto e abençoado será o vosso trabalho.


Todos vós, que podeis produzir, dai; dai o vosso gênio, dai as vossas inspirações, dai o vosso coração, que Deus vos abençoará. Poetas, literatos, que só pela gente mundana sois lidos!... satisfazei-lhe aos lazeres, mas consagrai o produto de algumas de vossas obras a socorros aos desgraçados. Pintores, escultores, artistas de todos os gêneros!... venha também a vossa inteligência em auxílio dos vossos irmãos; não será por isso menor a vossa glória e alguns sofrimentos haverá de menos.


Todos vós podeis dar. Qualquer que seja a classe a que pertençais, de alguma coisa dispondes que podeis dividir. Seja o que for que Deus vos haja outorgado, uma parte do que ele vos deu deveis àquele que carece do necessário, porquanto, em seu lugar, muito gostaríeis que outro dividisse convosco. Os vossos tesouros da Terra serão um pouco menores; contudo, os vossos tesouros do céu ficarão acrescidos. Lá colhereis pelo cêntuplo o que houverdes semeado em benefícios neste mundo. - João. (Bordéus, 1861.)



Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo XIII. Item 16. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br/.
 Federação Espírita Brasileira. 1996.

RESUMO DA DOUTRINA ESPIRITA


por ALLAN KARDEC

Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram os espíritos, a fim de mais facilmente respondermos a certas objeções.

1. Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

2. Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

3. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.

4. O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

5. O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.

6. Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.

7. Entre as diferentes espécies de seres corpóreo, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras.

8. A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.

9. Há no homem três coisas:

1°, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;

2°, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;

3°, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

10. Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
 
11. O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semi - material. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.

12. O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.

13. Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito mais, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos.

14. Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.

15. Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante.

16. Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.

17. A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.

18. As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.

19. As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.

20. A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se haver separado do corpo.

21. Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo bem e de todo mal que fez.

22. O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.

23. Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.

24. Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.

25. Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.

26. As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos e assemelhar-nos a eles.

27. As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.

28. Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.

29. Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos.

30. Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.

31. Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde intima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem.

32. A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações.

33. Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o Forte e o Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas, que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.

34. Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.

35. Este o resumo da Doutrina Espírita, como resulta dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores. Vejamos agora as objeções que se lhe contrapõem.

Sócrates e Patão, Precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo

(O Evangelho Segundo o Espiritismo - por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires)



IV – Sócrates e Patão, Precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo

Da suposição de que Jesus devia conhecer a seita dos essênios, seria errado concluir que ele bebeu nessa seita a sua doutrina, e que , se tivesse vivido em outro meio professaria outros princípios. As grandes idéias não aparecem nunca de súbito. As que têm a verdade por base contam sempre com precursores, que lhes preparam parcialmente o caminho. Depois, quando o tempo é chegado, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar os elementos esparsos, com eles formando um corpo de doutrina. Dessa maneira, não tendo surgido bruscamente, a doutrina encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente preparados para a aceitar. Assim aconteceram com as idéias cristãs, que foram pressentidas muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, e das quais foram Sócrates e Platão os principais precursores.

Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos nada deixou escrito. Como ele, morreu a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças tradicionais e colocado à verdadeira virtude acima da hipocrisia e da ilusão dos formalismos, ou seja: por haver combatido os preconceitos religiosos. Assim como Jesus foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com os seus ensinos, ele também foi acusado pelos fariseus do seu tempo— pois os que os tem havido em todas as épocas, — de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unicidade de Deus, da imortalidade da alma e da existência da vida futura. Da mesma maneira porque hoje não conhecemos a doutrina de Jesus senão pelos escritos dos seus discípulos, também não conhecemos a de Sócrates, senão pelos escritos do seu discípulo Platão. Consideramos útil resumir aqui os seus pontos principais, para demonstrar sua concordância com os princípios do Cristianismo.

Aos que encarassem este paralelo como uma profanação, pretendendo não ser possível haver semelhanças entre a doutrina de um pagão e a do Cristo, responderemos que a doutrina de Sócrates não era pagã, pois tinha por finalidade combater o paganismo, e que a doutrina de Jesus, mais completa e mais depurada que a de Sócrates, nada tem a perder na comparação. A grandeza da missão divina do Cristo não poderá ser diminuída. Além disso, trata-se de fatos históricos, que não podem ser escondidos. O homem atingiu um ponto em que a luz sai por si mesma debaixo do alqueire e o encontra maduro para a enfrentar. Tanto pior para os que temem abrir os olhos. E chegado o tempo de encarar as coisas do alto e com amplitude, e não mais do ponto de vista mesquinho e estreito dos interesses de seitas e de castas.

Estas citações provarão, além disso, que, se Sócrates e Platão pressentiram as idéias cristãs, encontram-se igualmente na sua doutrina os princípios fundamentais do Espiritismo.

Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão

(O Evangelho Segundo o Espiritismo - por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires)



Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão


I – O homem é uma alma encarnada. Antes de sua encarnação, ela existia junto aos modelos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo. Separou-se delas ao encarnar-se, e lembrando seu passado, sente-se mais ou menos atormentada pelo desejo de a elas voltar.

Não se pode enunciar mais claramente a distinção e a independência dos dois princípios, o inteligente e o material. Além disso, temos aí a doutrina da preexistência da alma; da vaga intuição que ela conserva, da existência de outro mundo, ao qual aspira; de sua sobrevivência à morte do corpo; de sua saída do mundo espiritual, para encarnar-se; e da sua volta a esse mundo, após a morte. É, enfim, o germe da doutrina dos anjos decaídos.

II – A alma se perturba e confunde, quando se serve do corpo para considerar algum objeto; sente vertigens, como se estivesse ébria, porque se liga a coisas que são, por sua natureza, sujeitas a transformações. Em vez disso, quando contempla sua própria essência, ela se volta para o que é puro, eterno, imortal, e sendo da mesma natureza, permanece nessa contemplação tanto quanto possível. Cessam então as suas perturbações, e esse estado da alma é o que chamamos de sabedoria.

Assim, o homem que considera as coisas de baixo, terra a terra, do ponto de vista material, vive iludido. Para apreciá-las com justeza, é necessário vê-las do alto, ou seja, do ponto de vista espiritual. O verdadeiro sábio deve, portanto, de algum modo, isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do espírito. É isso o que ensina o Espiritismo (Cap. II, nº 5)

III – Enquanto tivermos o nosso corpo e a nossa alma se encontrar mergulhada nessa corrupção, jamais possuiremos o objeto de nossos desejos: a verdade. De fato, o corpo nos oferece mil obstáculos, pela necessidade que temos de cuidar dele; além disso, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, é impossível sermos sábios por um instante. Mas, se nada se pode conhecer puramente enquanto a alma está unida ao corpo, uma destas coisas se impõe: ou que jamais se conheça a verdade, ou que se conheça após a morte. Livres da loucura do corpo, então conversaremos, é de esperar-se, com homens igualmente livres, e conhecermos por nós mesmos a essência das coisas. Eis porque os verdadeiros filósofos se preparam para morrer, e a morte não lhes parece de maneira alguma temível. (Céu e Inferno, I parte, cap. 2º, e II parte, cap. 1º)

Temos aí o princípio das faculdades da alma obscurecidas pela mediação dos órgãos corporais, e da expansão dessas faculdades depois da morte. Mas trata-se, aqui, das almas evoluídas, já depuradas; não acontece o mesmo com as almas impuras.

IV – A alma impura, nesse estado, encontra-se pesada, e é novamente arrastada para o mundo visível, pelo horror do que é invisível e imaterial. Ela erra, então, segundo se diz, ao redor dos monumentos e dos túmulos, junto dos quais foram vistos às vezes fantasmas tenebrosos, como devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estar inteiramente pura, e que conservam alguma coisa da forma material, o que permite aos nossos olhos percebê-las. Essas não são as almas dos bons, mas as dos maus, questão forçadas a errar nesses lugares, onde carregam as penas de sua vida passada, e onde continuam a errar, até que os apetites inerentes à sua forma material as devolvam a um corpo. Então, elas retomam sem dúvida os mesmos costumes que, durante a vida anterior, eram de sua predileção.

Não somente o princípio da reencarnação esta aqui claramente expresso, mas também o estado das almas que ainda estão sob o domínio da matéria é descrito tal como o Espiritismo o demonstra, nas evocações. E há mais, pois, afirma-se que a reencarnação é uma conseqüência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas estão livres dela. O Espiritismo não diz outra coisa, apenas acrescenta que a alma que tomou boas resoluções na erraticidade, e que tem conhecimentos adquiridos, trará menos defeitos ao renascer, mais virtudes e mais idéias intuitivas do que na existência precedente, e que, assim, cada existência marca para ela um progresso intelectual e moral. (Céu e Inferno, II parte: exemplo)

V – Após a nossa morte, o gênio (daimon, démon) que nos havia sido designado durante a vida, nos leva a um lugar onde se reúnem todos os que devem ser conduzidos ao Hades, para o julgamento. As almas, depois de permanecerem no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida, por numerosos e longos períodos.

Esta é uma doutrina dos Anjos guardiães ou Espíritos protetores, e das reencarnações sucessivas, após intervalos mais ou menos longos de erraticidade.

VI – Os demônios preenchem o espaço que separa o céu da terra, são o laço que liga o Grande Todo consigo mesmo. A divindade não entra jamais em comunicação direta com os homens, mas é por meio dos demônios que os deuses se relacionam e conversam com eles, seja durante o estado de vigília, seja durante o sono.

A palavra daimon, da qual se originou demônio, não era tomada no mau sentido pela antiguidade, como entre os modernos. Não se aplicava essa palavra exclusivamente aos seres malfazejos, mas aos Espíritos em geral, entre os quais se distinguiam os Espíritos menos elevados, ou demônios propriamente ditos, que se comunicavam diretamente com os homens. O Espiritismo ensina também que os Espíritos povoam o espaço; que Deus não se comunica com os homens senão por intermédio dos Espíritos puros, encarregados de nos transmitir a sua vontade; que os Espíritos se comunicam conosco durante o estado de vigília e durante o sono. Substitui a palavra demônio pela palavra Espírito, e tereis a doutrina espírita; ponde a palavra anjo, e tereis a doutrina cristã.

VII – A preocupação constante do filósofo (tal como o compreendem Sócrates e Platão) é a de ter o maior cuidado com a alma, menos em vista desta vida, que é apenas um instante, do que em vista da eternidade. Se a alma é imortal, não é sábio viver com vistas à eternidade?

O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.

VIII – Se a alma é imaterial, ela deve passar, após esta vida, para um mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma maneira que o corpo, ao se decompor, retorna à matéria. Importa somente distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se nutre, como Deus, da ciência e de pensamentos, da alma mais ou menos manchada de impurezas materiais, que a impedem de elevar-se ao divino, retendo-a nos lugares de sua passagem pela terra.

Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma. Eles insistem sobre as diferenças de situação que resultam para ela, de sua maior ou menor pureza. Isso que eles diziam por intuição, o Espiritismo o prova, pelos numerosos exemplos que nos põe diante dos olhos. (Céu e Inferno, II parte).

IX – Se a morte fosse a dissolução total do homem, isso seria de grande vantagem para os maus, que após a morte estariam livres, ao mesmo tempo, de seus corpos, de suas almas e de seus vícios. Aquele que adornou sua alma, não com enfeites estranhos, mas com os que lhes são próprios, ele somente poderá esperar com tranqüilidade a hora de sua partida para o outro mundo.

Em outros termos, quer dizer que o materialismo, que proclama o nada após a morte, seria a negação de toda responsabilidade moral ulterior, e por conseguinte um estímulo ao mal; que o malvado tem tudo a ganhar com o nada; que o homem que se livrou dos seus vícios e se enriqueceu de virtudes é o único que pode esperar tranqüilamente o despertar na outra vida. O Espiritismo nos mostra, pelos exemplos que diariamente nos põe ante os olhos, quanto é penosa para o malvado a passagem de uma para a outra vida, a entrada na vida futura. (Céu e Inferno, II parte, cap 1º)

X – O corpo conserva os vestígios bem marcados dos cuidados que se teve com ele ou dos acidentes que sofreu. Acontece o mesmo com a alma. Quando ela se despoja do corpo, conserva os traços evidentes de seu caráter. De seus sentimentos, e as marcas que cada um dos seus atos lhe deixou. Assim, a maior desgraça que pode acontecer a um homem, é a de ir para o outro mundo com uma alma carregada de culpas. Tu vês, Calicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias, podereis provar que se deve seguir outra vida que nos seja mais útil, quando formos para lá. De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale sofrer que cometer uma injustiça, e que antes de tudo devemos aplicar-nos, não a parecer, mas a ser um homem de bem (Conversações de Sócrates com os discípulos na prisão)

Aqui se encontra outro ponto capital, hoje confirmado pela experiência, segundo o qual a alma não purificada conserva as idéias, as tendência, o caráter e as paixões que tinha na terra. Esta máxima: Mais vale sofrer do que cometer uma injustiça, não é inteiramente cristã? É o mesmo pensamento que Jesus exprime por esta figura: “Se alguém te bater numa face, oferece-lhe a outra”. (Cap. XII, Mateus, V: 38-42 e nº 7 e 8).

XI – De duas, uma: ou a morte é a destruição absoluta, ou é a passagem de uma alma para outro lugar. Se tudo deve extinguir-se, a morte é como uma dessas raras noites que passamos sem sonhar e sem nenhuma consciência de nós mesmos. Mas se a morte é apenas uma mudança, a passagem para um lugar em que os mortos devem reunir-se, que felicidade a de ali reencontrar os nossos conhecidos! Meu maior prazer seria o de examinar de perto os habitantes dessa morada, e dentre eles distinguir, como aqui, os que são sábios dos que crêem sê-lo e não o são. Mas já é tempo de partirmos, eu para morrer e vós para viver. (Sócrates a seus julgadores).

Segundo Sócrates, os homens que viveram na terra encontram-se depois da morte e se reconhecem. O Espiritismo no-los mostra continuando suas relações de tal maneira que a morte não é uma interrupção, nem uma cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade.

Sócrates e Platão, se tivessem conhecido os ensinamentos que o Cristo daria quinhentos anos mais tarde, e os que o Espiritismo hoje nos dá, não teriam falado de outra maneira. Nisso, nada há que nos deva surpreender, se considerarmos que as grandes verdades são eternas, e que os Espíritos adiantados devem tê-las conhecido antes de vir para a terra, para onde as trouxeram. Se considerarmos ainda que Sócrates, Platão, e os grandes filósofos do seu tempo, podiam estar, mais tarde, entre aqueles que secundaram o Cristo na sua divina missão, sendo escolhidos precisamente porque estavam mais aptos do que outros a compreender os seus sublimes ensinos. E que eles podem, por fim, participar hoje da grande plêiade de Espíritos encarregados de vir ensinar aos homens as mesmas verdades.

XII – Não se deve nunca retribuir a injustiça com a injustiça, nem fazer mal a ninguém, qualquer que seja o mal que nos tenham feito. Poucas pessoas, entretanto, admitem esses princípios, e as que não concordam com ele só podem desprezar-se umas às outras.

Não é este princípio da caridade, que nos ensina a não retribuir o mal com o mal e a perdoar aos inimigos?

XIII — É pelos frutos que se conhece a árvore. É necessário qualificar cada ação segundo o que ela produz: chamá-la má quando a sua conseqüência é má, e boa quando produz o bem.

Esta máxima: “É pelos frutos que se reconhece a árvore“, encontra-se textualmente repetida, muitas vezes, nos Evangelhos.

XIV – A riqueza é um grande perigo. Todo homem que ama a riqueza, não ama nem ele nem ao que possui, mas a uma coisa que é ainda mais estranha do que aquilo que ele possui. (Cap. XVI).

XV – As mais belas preces e os mais belos sacrifícios agradam menos à Divindade, do que uma alma virtuosa que se esforça por assemelhar-se a ela. Seria grave que os deuses se interessassem mais pelas nossas oferendas do que pelas nossas almas. Dessa maneira, os maiores culpados poderiam conquistar os seus favores. Mas não, pois só são verdadeiramente sábios e justos os que, por suas palavras e seus atos resgatam o que devem aos deuses e aos homens. (Cap. X, n°7 e

XVI – Chamo de homem vicioso ao amante vulgar, que ama mais ao corpo que à alma. O amor está por toda a natureza, e incita-nos a exercer a nossa inteligência: encontramo-lo até mesmo no movimento dos astros. È o amor que adorna a natureza com suas ricas alfombras; ele se enfeita e fixa a sua morada onde encontra flores e perfumes. É ainda o amor que traz a paz aos homens, a calmaria ao mar, o silêncio aos ventos e o sossego à dor.

O amo que deve unir os homens por um sentimento de fraternidade é uma conseqüência dessa teoria de Platão sobre o amor universal, como lei da natureza. Sócrates, tendo dito que “o amor não é um deus nem um mortal, mas um grande demônio”, ou seja, um grande espírito que preside ao amor universal,esta afirmação lhe foi sobretudo imputada como crime.

XVII – A virtude não pode ser ensinada; ela vem por um dom de deus aos que a possuem. É quase a doutrina cristã sobre a graça. Mas se a virtude é um dom de Deus, é um favor, e pode perguntar-se porque ela não é concedida a todos. De outro lado, se ela é um dom, não há mérito de parte daquele que a possui. O Espiritismo é mais explicito. Ele ensina que aquele que a possui, a adquiriu pelos seus esforços nas vidas sucessivas, ao se livrar pouco a pouco das suas imperfeições. A graça é a força que Deus concede a todo homem de boa-vontade, para se livrar do mal e fazer o bem.

XVIII – Há uma disposição natural,em cada um de nós, para nos apercebermos bem menos dos nossos defeitos, do que dos defeitos alheios.

O Evangelho diz: “Vês a aresta no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu?” (Cap. X, Mateus, VII: 3-5, nº 9 e 10)

XIX – Se os médicos fracassam na maior parte das doenças, é porque tratam do corpo sem a alma, e porque, se o todo não se encontra em bom estado, é impossível que a parte esteja bem.

O Espiritismo oferece a chave das relações entre a alma e o corpo, e prova que existe incessante reação de um sobre o outro. Ele abre, assim, novo caminho à ciência: mostrando-lhe a verdadeira causa de certas afecções, dá-lhe os meios de combatê-las. Quando ela levar em conta a ação do elemento espiritual na economia orgânica, fracassará menos.

XX – Todos os homens, desde a infância, fazem mais mal do que bem.

Estas palavras de Sócrates tocam à grave questão da predominância do mal sobre a Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e do destino da Terra, onde se encontra apenas uma pequena fração da Humanidade. Só o Espiritismo lhe dá solução, que é desenvolvida logo adiante, nos capítulos II, III e V.

XXI – A sabedoria está em não pensares que sabes aquilo que não sabes.

Isto vai endereçado àqueles que criticam as coisas de que, freqüentemente, nada sabem. Platão completa este pensamento de Sócrates, ao dizer: “Tentemos primeiro torná-los, se possível, mais honestos nas palavras; se não o conseguimos, não nos ocupemos mais deles, e não busquemos mais do que a verdade. Tratemos de nos instruir, mas não nos aborreçamos”. É assim que devem agir os espíritas, com relação aos seus contraditores de boa ou de má-fé. Se Platão revivesse hoje, encontraria as coisas mais ou menos como no seu tempo, e poderia usar a mesma linguagem. Sócrates também encontraria quem zombasse de sua crença nos Espíritos e o tratasse de louco, assim como ao seu discípulo Platão.

Por haver professado esses princípios, Sócrates foi primeiro ridicularizado, depois acusado de impiedade e condenado a beber cicuta. Tanto é certo que as grandes verdades novas, levantando contra elas os interesses e os preconceitos que ferem, não podem ser estabelecidas sem luta e sem mártires.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Metafísica dos Pré-Socráticos



A metafísica busca o fundamento e razão do mundo além do mundo físico, e permeia a questão do ser, em especial enfrentando a questão da existência, mediante o seguinte questionamento: Quem existe?

Responder que as coisas existem é muito natural e simples, acarretando um realismo natural, por ser demasiado evidente, porquanto se examinarmos atentamente, refletindo, concluiremos que nem tudo que aparenta ser, possui realmente uma existência.

Portanto, o primeiro esforço filosófico de cunho metafísico, realizado pelo homem foi obra dos Gregos, como instrumento de discernimento entre a existência real, como uma existência em si mesmo, e a existência fenomênica ou aparente.

Os Gregos exercitaram a reflexão racional, de forma metódica, buscando respostas para a questão do ser. Duas frentes de questionamento foram os problemas de “quem existe? ” e a conseqüente questão referente a “Qual é o ser em si ?”.

Estas questões levaram os filósofos gregos a refletirem sobre o problema do ser em si mesmo e do ser em outro, buscava-se delimitar a questão do princípio das coisas. Quatro elementos materiais, a saber: água, ar, terra e fogo foram considerados elementos fundacionais do ser.

Pitágoras (570-500 a.C), quebrando a tradição materialista, apoiou-se em algo não material, para esclarecer esta questão filosófica do princípio das coisas, como sendo o número, que para ele era o princípio ordenador da realidade natural. A diferença entre as coisas encontram-se na relação numérica.

Pitágoras foi o primeiro filosofo do ocidente a defender a teoria da metempsicose ou transmigração da alma de um corpo para outro, e até mesmo para os corpos de animais, num constante ciclo até a purificação da alma. A metempsicose jê era uma doutrina professada no oriente, que trata da futura recompensa ou castigo, mediante as ações humanas. Pitágoras foi o primeiro filosofo grego a tratar desta questão, como problema filosófico, sendo que posteriormente Platão retoma e assume esta questão como explicação místico-filosófica da anamnese.

Segundo palavras do próprio Pitágoras : “As almas não morrem jamais, mas sempre deixam uma morada para passar a outra. Eu mesmo me lembro de que na época da Guerra de Troia, fui Eufórbio, filho de Pantos e cai pela lança de Menelau. Todas as coisas mudam mas nada perece. Do mesmo modo que se gravam certas figuras na cera, esta se derrete e pode gravar outras tantas, assim é a alma, sempre a mesma, apresentando contudo formas diferentes. Portanto, se o amor ao próximo não estiver extinto em vossos corações, deveis abster-se de violar a vida daqueles que podem ser vossos próprios parentes.”

Pitágoras ensinava que a alma sobrevive ao corpo e que os sonhos são comunicação entre as almas dos mortos. Compreendemos que ainda não se tratava da reencarnação conforme a Doutrina Espírita, mas representava um olhar crítico e filosófico nesta importante questão da sobrevivência da alma.

Heráclito, por sua vez, declara a idéia do fluir da realidade, pois tudo está em constante mudança, não havendo nada estático. Ele desenvolveu o seguinte pensamento: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois o rio não é o mesmo, e nós também não somos mais os mesmos.” O ato existencial é um perpétuo ato de incompletude e eterno fluir. Conseqüentemente, o ser se apresenta como um constante ser e não ser, o que é ambíguo e contraditório.

Parmênides estabelece o princípio lógico do pensamento, mediante o raciocínio de que “o ser é, o não ser não é.” Tal princípio foi uma resposta ao pensamento instável de Heráclito e seu eterno fluir das coisas. Ele defende o monismo, ou seja, a doutrina da existência de uma realidade única, em contraposição à idéia de mobilismo de Heráclito. Segundo Parmênides, nada pode surgir do nada. Nada pode se transformar em algo diferente do que já é.

Parmênides estabelece os primórdios do caráter lógico do “princípio da identidade” e de “não contradição”, estabelecendo critérios fundacionais do ser, caracterizando-o como: o ser é único; eterno; sem começo; imutável; incorruptível; infinito; indivisível e imóvel. Atualmente podemos substituir o predicado imóvel pelo predicado onipresente, que fornece a idéia de que o ser está presente em todos os pontos ao mesmo tempo.

Parmênides, antecipando-se à teoria do mundo das idéias de Platão, estabelece a “Teoria dos dois mundos”. Tal conclusão é oriunda da comparação dos atributos do ser com a aparência fenomênica das coisas do mundo sensível, que são mera instabilidade, conforme afirmara Heráclito. Portanto, concluímos que ele estabelece as bases do pensamento filosófico que separa o mundo inteligível e o mundo sensível. Ao afirmar esta realidade ele teve que negar as transformações da natureza, que todo mundo podia ver com seus próprios olhos. Ele buscava desvendar todas as formas de “ilusão dos sentidos”, com base na crença da razão humana, chamada racionalismo.

O mundo sensível é aquele em que interagimos com os nossos sentidos, sendo sua essência a instabilidade da matéria, caracterizando-se como ilusório. O mundo inteligível é o mundo do pensamento, do ser caracterizado como único, eterno,imutável, infinito e imóvel.

O mundo inteligível é algo que não vemos, não percebemos pelos sentidos, mas que podemos compreender logicamente, mediante o princípio da não contradição e do princípio da identidade.

Portanto, o pensamento filosófico a partir de Parmênides vincula-se a princípios importantes para a questão metafísica do ser e da existência, acarretando a hegemonia da razão como guia para a descoberta da verdade, porquanto ele estabelece racionalmente a idéia de dois mundos, o sensível e o inteligível, estabelecendo o princípio de identidade e da não contradição. Parmênides partindo da cosmologia, que tenta explicar o mundo por meio dos elementos da própria natureza, inaugurou a ontologia, como estudo do “ser”, originando, também, o início da Metafísica, ou seja, da busca do fundamento do mundo além do mundo físico.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cântico de agradecimento ao Círculo Terreno

Ó Terra — mãe devotada,

A ti, nosso eterno preito

De gratidão, de respeito

Na vida espiritual!

Que o Pai de Graça Infinita

Te santifique a grandeza

E abençoe a natureza

Do teu seio maternal!

Quando errávamos aflitos,

No abismo de sombra densa,

Reformaste-nos a crença

No dia renovador.

Envolveste-nos, bondosa,

Nos teus fluidos de agasalho,

Reservaste-nos trabalho

Na divina lei do amor.

Suportaste-nos sem queixa

O menosprezo impensado,

No sublime apostolado

De terno e infinito bem.

Em resposta aos nossos crimes,

Abriste nosso futuro,

Desde as trevas do chão duro

Aos templos de luz do Além.

Em teus campos de trabalho,

No transcurso de mil vidas,

Saramos negras feridas,

Tivemos lições de escol.

Nas tuas correntes santas

De amor e renascimento,

Nosso escuro pensamento

Vestiu-se de claro sol.

Agradecemos-te a bênção

Da vida que nos emprestas;

Teus rios, tuas florestas,

Teus horizontes de anil,

Tuas árvores augustas,

Tuas cidades frementes,

Tuas flores inocentes

Do campo primaveril!...

Agradecemos-te as dores

Que, generosa, nos deste,

Para a jornada celeste

Na montanha de ascensão.

Pelas lágrimas pungentes,

Pelos pungentes espinhos,

Pelas pedras dos caminhos:

Nosso amor e gratidão!

Em troca dos sofrimentos,

Das ânsias, dos pesadelos,

Recebemos-te os desvelos

De mãe de crentes e incréus.

Sê bendita para sempre

Com tuas chagas e cruzes!

Ás aflições que produzes!

São alegrias nos céus.

Ó Terra — mãe devotada,

A ti, nosso eterno preito

De gratidão, de respeito,

Na vida espiritual!

Que o Pai de Graça Infinita

Te santifique a grandeza

E abençoe a natureza

Do teu seio maternal!
 
(Obreiros da Vida Eterna - André Luiz - Médium Chico Chavier)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

AMAS O BASTANTE?

AMAS O BASTANTE?

“Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?”

(João, cap. 21, v. 17)

Aos aprendizes menos avisados é estranhável que Jesus houvesse indagado do apóstolo, por três vezes, quanto à segurança de seu amor. O próprio Simão Pedro, ouvindo a interrogação repetida, entristecera-se, supondo que o Mestre suspeitasse de seus sentimentos mais íntimos.

Contudo, o ensinamento é mais profundo.

Naquele instante, confiava-lhe Jesus o ministério da cooperação nos serviços redentores. O pescador de Cafarnaum ia contribuir na elevação de seus tutelados do mundo, ia apostolizar, alcançando valores novos para a vida eterna.

Muito significativa, portanto, a pergunta do Senhor nesse particular.

Jesus não pede informação ao discípulo, com respeito aos raciocínios que lhe eram peculiares, não deseja inteirar-se dos conhecimentos do colaborador, relativamente a Ele, não reclama compromisso formal.

Pretende saber apenas se Pedro o ama, deixando perceber que, com o amor, as demais dificuldades se resolvem.

Se o discípulo possui suficiente provisão dessa essência divina, a tarefa mais dura converte-se em apostolado de bênçãos promissoras.

É imperioso, desse modo, reconhecer que as tuas conquistas intelectuais valem muito, que tuas indagações são louváveis, mas em verdade somente serás efetivo e eficiente cooperador do Cristo se tiveres amor.

EMMANUEL

(Caminho, Verdade e Vida, 97, FCXavier, FEB)

OBREIROS DA VIDA ETERNA

RIBEIRÃO PRETO/SP - Em 12.Fev.2004



Eurípedes Kühl – Responsável

Título: "OBREIROS DA VIDA ETERNA" - 17ª Edição/1988 -


Autor: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em 1946).

Edição: Primeira edição em 1946, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)

Nota: Até 2000 já haviam 25 reedições, num total de 298.000 exemplares

Conteúdo doutrinário:

Este livro desvenda, esclarecendo, o processo da desencarnação, substituindo o medo da "deusa morte" pela compreensão do fenômeno natural — morte.

Eis alguns detalhes, Capítulo a Capítulo:

Cap I – Convite ao Bem – A.Luiz foi conduzido pelo Assistente Jerônimo ao "Templo da Paz", para assistirem a uma palestra sobre a filosofia espiritual da Evolução. É descrito "um grande globo de substância leitosa" que exibe quadros vivos (fotografia animada) das ações socorristas nas zonas espirituais inferiores, onde estão desencarnados sofrendo em ambiente de terror: despenhadeiros repletos de monstros horripilantes: o "abismo".

Cap II – No Santuário da Bênção – Grupos socorristas recebem últimas instruções no "Santuário da Bênção", antes de partir rumo às missões de auxílio, nas proximidades da Crosta Terrestre. Há proveitosas lições sobre a loucura (origens, efeitos, tratamento e cura — pelas noções reencarnacionistas), num verdadeiro "curso rápido de Psiquiatria", sob novo aspecto.

Cap III – O Sublime Visitante – No interior de uma câmara estruturada em material similar a vidro puro e transparente, uma tela cristalina capta vibrações mentais e forma quadros vivos de paisagem de águas mansas, em paz, e de árvore frondosa, representando, esta, a vida. Tudo isso para recepcionar um admirável Emissário espiritual de Esferas Superiores. Há apreciável demonstração filosófica de como a Evolução do homem tende ao infinito...

Cap IV – A Casa Transitória – A equipe de A.Luiz parte em viagem e, a caminho, estaciona na "Casa Transitória de Fabiano", grande instituição piedosa, fundada por Fabiano de Cristo, nas cercanias da Crosta. Singularidade dessa instituição: é asilo móvel(!). Quando há necessidade, transporta-se para outras regiões espirituais. Tem defesas elétricas, contra invasões de Espíritos maldosos. Ali serão recolhidos quatro Espíritos, cuja desencarnação terá o amparo da equipe de A.Luiz.

NOTA: Sugerimos a leitura complementar do livro “Mergulhando no mar de amor”, de César Soares Reis, Editora Lorenz, contendo a biografia de Fabiano de Cristo (sublime missionário).

Cap V – Irmão Gotuzo – Depoimento de GOTUZO, médico, que assim como A.Luiz, peregrinou em zonas purgatoriais após a desencarnação e agora auxilia Espíritos necessitados. Há substanciosa descrição das reencarnações expiatórias, nas quais o livre-arbítrio do reencarnante não é atendido.

Cap VI – Dentro da Noite – Descrição do "abismo" — região trevosa onde Espíritos infelizes se apresentam como feras (às vezes, gigantescos sáurios) sendo repelidos por raios elétricos de choque. De tempos em tempos as equipes socorristas empregam ali o "fogo depurador", a benefício da região e dos seus tristes habitantes.

Cap VII – Leitura Mental – Expõe interessante quadro de clarividência entre desencarnados, quando um Espírito com essa "especialidade" (clarividência), desdobrado, vê e narra as ações infelizes de um Espírito sofredor, quando encarnado. Essa atividade é especialmente realizada a benefício do referido Espírito sofredor, que se mostrava recalcitrante.

Cap VIII – Treva e Sofrimento – Mostra o esforço assistencial nas zonas inferiores. Este capítulo oferta excelente material (argumentação evangélica) para os médiuns doutrinadores.

Cap IX – Louvor e Gratidão – Registra como encarnados em desdobramento espiritual pelo sono são recebidos na Casa Transitória, para encontro com parentes desencarnados. Há o raro fenômeno de um Espírito desencarnado (LUCIANA) ser médium de psicofonia para que um outro Espírito elevado (LETÍCIA) comunique-se com o filho (GOTUZO) e também com a assembléia formada por A.Luiz, sua equipe e outros Espíritos trabalhadores na Casa Transitória.

Cap X – Fogo Purificador – Em atividade assistencial de grande impacto, (com emprego do "fogo depurador" na área externa) é descrito o recolhimento de Espíritos necessitados na Casa Transitória. A seleção ocorre conforme a aura dos candidatos, que demonstra seu arrependimento sincero.

Cap XI – Amigos Novos – A equipe de A.Luiz, já na Crosta, inicia o auxilio às desencarnações programadas, objeto do seu deslocamento do "Nosso Lar" até ao plano terreno.

Cap XII – Excursão de Adestramento – A.Luiz e companheiros, sediados no lar de ADELAIDE (no plano terreno), recolhe ali os Espíritos que serão por eles auxiliados e condu-los à Casa Transitória, para breve palestra elucidativa quanto à breve desencarnação deles.

Cap XIII – Companheiro Libertado – É descrito o processo de uma desencarnação com auxílio da equipe de A.Luiz, com pormenores altamente educativos, do ponto de vista espiritual. É citado o caso de um desencarnante que logo contemplará seu passado, em visão panorâmica.

Cap XIV – Prestando Assistência – Alguns casos de desencarnação são descritos. Há advertência para médiuns aprendizes, que "tentam" ou "observam" contatos apenas com Espíritos elevados e que, não o conseguindo, logo desertam... Relata caso de "suicídio inconsciente" (expressão inédita no Espiritismo, até então, S.M.J.). Sobretudo, há lições de como devem os encarnados comportarem-se num velório: em oração e silêncio!

Cap XV – Aprendendo Sempre – É comentada ação de Espíritos malfeitores que ajuntam-se nos cemitérios, aguardando a chegada de despojos humanos para deles subtrair resíduos vitais... Há registro do tormento de Espíritos desencarnados que não se desatam do corpo em decomposição.

Cap XVI – Exemplo Cristão – Trata da desencarnação de um bondoso colaborador. Cita o interessante efeito da água num banho morno, retirando matéria fluídica prejudicial (das glândulas sudoríparas). Mostra também os resultados salutares do culto doméstico da prece.

Cap XVII – Rogativa Singular – Cita "moratória terrena" concedida a uma pessoa prestes a desencarnar, concessão essa que visa beneficiar toda uma coletividade (crianças órfãs).

Cap XVIII – Desprendimento Difícil – Especifica o caso de uma desencarnação complicada, acrescida dos graves inconvenientes da eutanásia.

Cap XIX – A Serva Fiel – Narra o quanto o merecimento influi numa desencarnação tranqüila, a ponto do próprio Espírito desencarnante realizar o desligamento perispiritual do corpo físico, cabendo à equipe espiritual especializada apenas o ato conclusivo da liberação (desate do cordão prateado).

Cap XX – Ação de Graças – Despedidas: a equipe de A.Luiz e os quatro Espíritos recém-libertos do corpo físico vão para "Nosso Lar"; antes, despedem-se dos amigos da Casa Transitória, onde aqueles quatro Espíritos foram hóspedes logo após desencarnarem.

PERSONAGENS CITADOS NA OBRA

ANDRÉ LUIZ - é o Autor Espiritual. Permaneceu no Umbral por oito anos. Recolhido à Instituição Espiritual "Nosso Lar" (situada na psicosfera da cidade do Rio de Janeiro), por interferência de sua mãe. Graças à sua abnegação e trabalhos incansáveis de auxílio ao próximo, alguns anos mais tarde conquistou a faculdade da volitação.` Informa, ao fim do livro "NOSSO LAR" (o primeiro de sua série), que recebeu a comenda de "Cidadão de Nosso Lar".

André Luiz é um exemplo dignificante de auto-reforma e de como a ajuda ao próximo traz intensos momentos felizes, a par da conseqüente evolução espiritual.

Na obra "OS MENSAGEIROS", reporta vários aprendizados que alcançou junto à equipe de auxiliares-aprendizes, no "Centro de Mensageiros", quando, após estágio e uma viagem à Crosta, teve oportunidade de pôr em prática as lições recebidas.

Em "MISSIONÁRIOS DA LUZ" aprimora os conhecimentos até então auferidos. Estagia com o Instrutor ALEXANDRE num recinto terrestre, onde se desenrolam inúmeras atividades mediúnicas.

Agora, em "OBREIROS DA VIDA ETERNA", registra que é a primeira vez que integra equipe socorrista, pois até então fora estudante/aprendiz.

OBS: Citaremos a seguir os nomes dos demais personagens do livro "OBREIROS DA VIDA ETERNA", colocando entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, e os respectivos capítulo e página onde são pela primeira vez mencionados.

JERÔNIMO (d) - 1/11 - Assistente espiritual. Chefe do grupo composto por ele, A.Luiz e mais dois Espíritos. Conduz A.Luiz ao "Templo da Paz", precedendo expedição que essa equipe fará às cercanias da Crosta Planetária, onde permanecerá por aproximadamente trinta dias, auxiliando a desencarnação de cinco dedicados colaboradores de "Nosso Lar".

HIPÓLITO (d) - 1/12 - Padre. Integra a equipe de JERÔNIMO.

LUCIANA (d) - 1/12 - Enfermeira. Também é da equipe de JERÔNIMO.

ALBANO METELO (d) - 1/12 - Instrutor. Apresenta-se como ancião de porte respeitável. É devotado ao auxílio aos sofredores situados nas proximidades da Crosta Terrestre.

SEMPRÔNIA (d) - 2/25 - Chefe de grupo assistencial. Espírito de porte venerável, dedicada ao auxílio dos asilos de crianças.

NICANOR (d) - 2/25 - Chefe de grupo assistencial. Espírito culto e digno, dedicado ao auxílio a loucos de antigo hospício.

CORNÉLIO (d) - 2/26 - Diretor do "Santuário da Bênção".

BARCELOS (d) - 2/29 - Assistente da equipe espiritual de auxílio aos loucos.

ASCLÉPIOS (d) - 3/44 - Venerável Espírito de Esferas Superiores.

RAIMUNDO (d) - 3/46 - Da equipe espiritual de amparo aos loucos.

ZENÓBIA (d) - 4/54 - Diretora da "Casa Transitória de Fabiano".

("Missão FIGUEIRA") - 4/62 - Nome dado à uma outra expedição espiritual que foi à Crosta recolher desencarnados para interná-los na Casa Transitória.

("Expedição FABRINO"), GOTUZO e HERMES - 4/63 - Equipe de Espíritos de ação junto a reencarnações expiatórias.

("Oratório de ANATILDE" e "Fundação CRISTO") - 4/63 - Colônias espirituais próximas à Casa Transitória.

HERÁCLIO (d) - 4/64 - Cooperador da Casa Transitória.

GUSTAVO (e) - 5/69 - Padre que prometeu benesses celestiais a GOTUZO, quando este estava encarnado.

GALBA (d) - 5/70 - Espírito que será o próximo diretor da Casa Transitória. Ele e ZENÓBIA revezam tal direção, cada um exercendo-a por um ano.

MARÍLIA (e) - 5/72 - Esposa de GOTUZO.

CARLOS (e) - 5/73 - Primo do GOTUZO; casou-se com a viúva MARÍLIA.

ANANIAS (d) - 6/81 - Colaborador na Casa Transitória.

DOMÊNICO (d) - 6/86 - Padre. Espírito necessitado e que conta com amparo especial de ZENÓBIA.

ERNESTINA (d) - 6/88 - Mãe do padre DOMÊNICO.

PARDINI (e) - 7/94 - Monsenhor. "Absolveu" DOMÊNICO quando da desencarnação deste.

BERNARDINO (d) 9/144 - Mensageiro da Casa (Redentora) de Fabiano.

LETÍCIA (d) - 9/146 - Espírito evoluído. Foi mãe de GOTUZO.

DIMAS (e) - 11/175 - Enfermo. Colaborador dos trabalhos assistenciais da equipe de A.Luiz.

FÁBIO (e) - 11/177 - Enfermo. Colaborador dos trabalhos assistenciais da equipe de A.Luiz.

CARLINDO (e) - 11/177 - Filho mais velho de FÁBIO (este, prestes à desencarnação).

ALBINA (e) - 11/180 - Enferma. Dedicada à formação cristã de jovens. Está prestes à desencarnação, contudo, será contemplada com prorrogação de mais alguns meses.

EUNICE (e) - 11/180 - Filha de ALBINA.

CAVALCANTE (e) - 11/182 - Enfermo. Pessoa caridosa. Está prestes à desencarnação.

BONIFÁCIO (d) - 11/182 - Assistente que vela por CAVALCANTE.

BEZERRA DE MENEZES (d) - 11/184 - Venerável protetor. "O dedicado irmão dos que sofrem, médico dos infortunados".

ADELAIDE (e) - 11/184 - Médium perseverante, responsável pelo amparo a crianças órfãs. Está prestes à desencarnação.

IRENE (d) - 12/188 - Colaboradora do lar de ADELAIDE.

FABRICIANO (d) - Auxiliar no velório de DIMAS.

ARISTEU FRAGA (d) - 16/243 - Amigo de FÁBIO.

SILVEIRA (d) - 16/243 - Pai de FÁBIO.

MERCEDES (e) - 16/248 - Esposa de FÁBIO.

FREDERICO (e) - 17/257 - Amigo de Fábio e que dá emprego à viúva deste.

LÓIDE (e) - 17/263 - A outra filha de ALBINA. Está grávida. É sensível e se a mãe morrer antes do parto, poderá abortar. Assim, só após o parto a equipe de A.Luiz promoverá a desencarnação de sua mãe, pois a criança que vai nascer é peça fundamental a planejamento espiritual.

JOÃOZINHO (e) - 17/264 - Neto (adotivo) de ALBINA. Reencarnado em missão.

BELA (d) - 18/278 - Esposa de CAVALCANTE.

JOAQUIM (d) - 18/278 - (Fica-se sabendo que é o prenome de CAVALCANTE).

sábado, 13 de agosto de 2011

OBREIROS DA VIDA ETERNA

Por Cristiano Cândido

IV - OBREIROS DA VIDA ETERNA

TÍTULO: "OBREIROS DA VIDA ETERNA " – 20 capítulos; 304 páginas


AUTOR: Espírito ANDRÉ LUIZ (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro)

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (concluída em Fev/1944)

Edição: Primeira edição em 1946, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ)


CONTEÚDO DOUTRINÁRIO: O Autor alerta que ninguém morre, pois o aperfeiçoamento prossegue em toda parte (p.9)

Préfacio: Rasgando Véus

Emmanuel escreve o prefácio, esclarecendo que as "Províncias de angústia punitivas e dor reparadora existem nas mais variadas dimensões do universo." (p.07)

Apresenta indagações teológicas, indagando "Como transferir imediatamente ao inferno a mísera criatura que se emaranhou no mal por simples influência da ignorância?" (p.07)

A espiritualidade mostra a "Possibilidade de evolução, trabalho no plano espiritual", porquanto "A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo." (p.09)

André Luiz procurou fornecer algumas notícias das zonas de erraticidade que envolvem a crosta do mundo, em todas as direções, comentando os quadros emocionais que se transportam do ambiente obscuro para as esferas imediatas às cogitações e paixões humanas. Mais uma vez esclarece que a morte é campo de seqüência, sem ser fonte milagreira, que aqui ou além o homem é fruto de si mesmo, e que as leis divinas são eternas organizações de justiça e ordem, equilíbrio e evolução. (p.10)

Objetivo do grupo de trabalho de André Luiz: O grupo de trabalho parte com obrigação especializada, pois deverá atender, nos próximos trinta dias, a cinco dedicados colaboradores nossos, prestes a desencarnarem na crosta. Trabalharam fieis a causa do bem, e as nossas autoridades encarregaram-nos de atender-lhes aos casos pessoais. (p.24)

Esta é a primeira vez que André Luiz acompanha uma expedição socorrista. Já acompanhou missões de auxílio na Crosta, mas na condição de estudante, com reduzidas capacidades de cooperação. Agora, porém, seria cooperador do Assistente Jerônimo (p.30).


Capítulo I – CONVITE AO BEM

- Trabalhos de expedição socorrista – O trabalho do grupos socorristas vinculam-se à necessidade de cooperação junto às entidades infelizes, nos círculos mais baixos da vida espiritual que rodeiam a crosta da terra. (p.11)

- Templo da Paz – Templo edificado no sopé de graciosa colina. Torres, à maneira de agulhas brilhantes, alongavam-se pelo céu. (p.12) na zona consagrada ao serviço de auxílio. Não está nas zonas inferiores. Ver pg.11 e 23, pois o santuário da bêncão também está na mesma zona de auxílio, mas não nas zonas inferiores.

- Assistente Jerônimo, padre Hipólito, enfermeira Luciana e André Luiz constituíam a pequena equipe de trabalho, incumbida de operar na crosta planetária, durante trinta dias, aproximadamente, em caráter de auxílio e estudo, com vistas ao desenvolvimento espiritual. (p.12)

- Metelo faz um painel sobre as zonas purgatoriais em derredor da Terra. Analisa o desejo de subir a Deus e o chamamento dos irmãos presos nas zonas inferiores, os quais são nossas famílias humana. Apela no sentido de arregimentar cooperadores nos trabalhos de socorro às esferas escuras, pois temos aprendido com o senhor que nossa família encontra-se em toda parte.

Metelo fala dos trabalhos espirituais ligados à crosta terrestre. Comenta as necessidades de cooperação junto às entidades infelizes, nos círculos mais baixos da vida espiritual que rodeiam a crosta da terra (p.11). As zonas purgatoriais, purgatório, multiplicam-se, assustadoramente, em derredor dos homens encarnados. Fala sobre a família humana planetária, débitos e compromissos com a terra. Como subir sozinho e organizar um céu exclusivista? Não só os laços de filiação, mas os laços de humanidade, nos lembra a lei de fraternidade e misericórdia. (p.18/19). A nossa família se encontra em toda parte. (p.22)

Os encarnados não estão aptos a maiores colaborações nesse sentido. Presos nas grades sensoriais, progridem lentamente na aprendizagem das leis que regem a matéria e a energia. (p.19). Quase todo que vieram momentaneamente ao nosso campo de trabalho voltaram ao esforço humano, exibindo a experiência de que foram objeto, pincelando-a com a tinta de suas inclinações e estados psíquicos. (p.20)

Como esperar colaboração precisa, com a extensão desejada, se, (os encarnados) pela indiferença com os próprios destinos mergulham–se diariamente nos rios de trevas, desencanto e pavor? (p.21)

- Metelo fez exibir grande globo de substância leitosa, vários quadros vivos do seu campo de ação nas zonas inferiores. Tratava-se de fotografia animada, com apresentação de todos os sons e minúcias anatômicas inerentes às cenas observadas por ele. (p.21)

- Havia vários grupos em diversas missões e objetivos múltiplos. (p.23) Alguns com obrigação especializada, como o grupo de André Luiz.

Objetivo do grupo: deverá atender, nos próximos trinta dias, a cinco dedicados colaboradores nossos, prestes a desencarnarem na crosta. Trabalharam fieis a causa do bem, e as nossas autoridades encarregaram-nos de atender-lhes aos casos pessoais. (p.24)

O grupo irá  com autorização de efetuar experiências, estudos e auxílios eventuais, de conformidade com as circunstâncias, em vista do caráter do trabalho, que prodigalizará ensejo a diferentes observações. (p.24)


CXapítulo II – NO SANTUÁRIO DA BENÇÃO

- Santuário da Bêncão, situado na zona dedicada aos serviços de auxílio, onde, segundo nos esclareceu, receberíamos a palavra de mentores iluminados, habitantes de regiões mais puras e mais felizes que a nossa (p. 25). Casa consagrada ao auxílio sublime dos nossos governantes que habitam planos mais altos (p.26).

- Câmara de Iluminação, onde realiza-se as preces (p.28). Apenas três grupos de socorro, prestes a partirem a caminho das regiões inferiores, aproveitavam a oportunidade (p.23) .

- O santuário não estava em zonas inferiores. Instrutor Cornélio era o diretor do Santuário da Bênção (p.26).

Diferenciação de localidade (p.26):

1 – Crosta

2 – Zonas de desencarnados (estações purgatoriais e as que classificam-se como francamente tenebrosas).

Palavra - Há que ordenar as palavras e selecioná-las, criando-se campo favorável aos nossos propósitos de serviços. A conversação cria o ambiente e coopera em definitivo para o êxito ou para a negação. (p.26)

Tempo - Se estamos verdadeiramente interessados na elevação, constitui-nos inalienável dever o conhecimento exato do valor “tempo”, estimando-lhe a preciosidade e definindo cada coisa e situações em lugar próprio, para que o verbo, potência divina, seja em nossas ações o colaborador do pai (p. 27)

Uso da Palavra – a metade do tempo é despendida inutilmente através de conversações ociosas e inoportunas (p.27). O verbo está criando imagens vivas, que se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, segundo sua origem (p. 27).

Toda conversação prepara acontecimentos de conformidade com sua natureza. É uma força indireta de estranho e vigoroso poder, induzindo sempre aos objetivos velados de quem lhe assume a direção intencional (p.27/28).

A ausência de qualquer palavra menos digna e a presença contínua de fatores verbais edificantes facilitam a elaboração de forças sutis. (p.28)

Pensamentos limpos – quem busca uma casa especializada em abençoar, não pode hospedar idéias de ódio ou maldição (p.29).

Loucura – Todas as anomalias de ordem mental se derivam dos desequilíbrios da alma (p.30).

Obsessão - Irmãos agarram-se instintivamente à organização magnética dos companheiros encarnados ainda na crosta, viciando-lhe os centros de força, relaxando-lhes os nervos e abreviando o processo de extinção do tônus vital. (p.31)

FreudPsicanálise – somente aqui pude reconhecer os elos que falta ao sistema de positivação das origens de psicoses e desequilíbrios diversos. Complexos de inferioridade, recalque, libido, emersões do subconsciente não constituem fatores adquiridos no curto espaço de uma existência terrestre, mas característicos da personalidade egressa das experiências passadas. (p.32/33)

Subconsciência é, de fato, o porão dilatado de nossas lembranças, repositório de emoções e desejos, impulsos e tendências que não se projetaram na tela das realizações imediatas. (p.32)

Faltam a Freud, 1 - a noção reencarnacionista, e; 2 -o conhecimento da verdadeira localização dos distúrbios nervosos, cujo inicio muito raramente se verifica no campo biológico vulgar, mas quase que invariavelmente no corpo perispiritual preexistente, portador de sérias pertubações congênitas, em virtude das deficiências de natureza moral, cultivadas com desvairado apego, pelo reencarnante, nas existências transcorridas. (32/33).

Depois de verificada a loucura propriamente dita, na maioria dos casos terminou o processo da desarmonia psíquica. (p.34) O espírito reencarnado que adquire recordações, não obstante menos precisas, do próprio passado, candidata-se, inelutavelmente, à loucura. (p. 36)

Psicosescinco classes: 1 - Natureza paranóica; 2 - Perversa; 3 - Mitomaniaca; 4 - Ciclotimica; 5 - Hiper-emotiva.

1 - Mania das perseguições e Delírio de grandeza; 2 - Desequilíbrio e fraquezas de ordem moral; 3 - Histeria e a mitomania; 4 - Ataques melancólicos; 5 - Fobias e crises de angústia. (p.34)

- Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da personalidade congênita, em processo de melhoria gradativa. (p.34) vide os livros da série psicológica de Joana de Angelis, psicogafados por Divaldo.

As noções reencarnacionistas renovarão a paisagem da vida na Crosta da Terra, conferindo à criatura não somente as armas com que deve guerrear os estados inferior de si próprio, mas também lhe fornecendo remédio salutar. (p. 35)

Falta lamentavelmente aos nossos companheiros de humanidade o conhecimento da transitoriedade do corpo físico e o da eternidade da vida, do débito contraído e do resgate necessário, em experiências e recapitulações diversas. (p.35).


Capítulo III – O SUBLIME VISITANTE

Gabinete Cristalino - Câmara estruturada em substância análoga a vidro puro e transparente.

Os emissários da Providência exercitam o sacrifício e abnegação, sofrem os choques vibratórios de nossos planos mais baixos, e retomam a forma que já abandonaram a muito (p.38).

Ensinamento 1 – “Eu, porém vos digo – amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam” V.44, Cap. 5, Mateus. Explicação: “Os adversários quando bem compreendidos e recebidos cristãmente, constituem precioso auxílio em nossa jornada para a União Divina.” (p.46)

Ensinamento 2 – “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão.” V. 11, Cap. 6, primeira epistola de Paulo a Timóteo. Explicação: “O discípulo que segue as virtudes do mestre, aplicando–as a si próprio, foge às inutilidades do plano exterior, acolhendo-se ao santuário de si mesmo, e auxilia os nossos irmãos imprevidentes e pertubados, rixosos e ingratos, sem contaminar-se.” (p.47).

Ensinamento 3 – “Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” V.9, Cap. 4, primeira epistola do apostolo da Gentilidade aos Tessalonicenses. Explicação: “O Evangelho aplicado ensina-nos a improvisar os recursos do bem, nas situações mais difíceis.” (p.48)

Ensinamento 4 – “Que fazer para conservar a alegria no trabalho, perseverança no bem e devotamento à verdade?” – “Regozijai-vos sempre.” V. 16, Cap. 5, primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses. Explicação: “A confiança no Poder Divino é a base do júbilo cristão, que jamais deveremos perder.” (p.48)

Conselho – Orientação - A sugestão direta nas dificuldades e realizações do caminho deve ser procurada com o Supremo Orientador da Terra. Cada espírito, herdeiro e filho do Pai Altíssimo, é um mundo por si, com suas leis e características próprias. Apenas o Mestre tem bastante poder para traçar diretrizes individuais aos discípulos. (p.48/49).

- Esclarece sobre as "Moradas espirituais e categoria espiritual de Asclépio".


Capítulo IV – A CASA TRANSITÓRIA

Casa Transitória de Fabiano – Grande instituição piedosa nas cercanias da Crosta da Terra. Casa de transição, destinada ao socorro urgente. (p.53) É asilo móvel. Sofre permanente cerco de espíritos desesperados e sofredores, condenados pela própria consciência à revolta e dor. (p.53) Possui defesas magnéticas.

Serviria de pouso aos irmãos que nos cabe socorrer, pois raramente encontraremos companheiros carnais em condições de atravessarem semelhante zona, imediatamente após a morte. (p.53)

Irmã Zenóbia dirige a casa com revezamanto anual, com o irmão Galba. Aproveita o período de repouso em esferas mais altas, ao contato de experiências e estudos que enriquecem o espírito. (p.70)

Irmã Zenóbia relata o caso irmão que não poderia ser recolhido na casa transitória, posto o perigoso estado em que se encontrava, poderia receber proteção indireta e remoção para as zonas da crosta, onde reencarnará (p.55).

- André Luiz relata o ataque de grupo de entidades cruéis à casa transitória. (p.58/60) Ouve-se rugidos de leões e panteras, uivos de cães, silvos de serpentes e guinchos de macacos (p.61) Zenóbia diz que os irmãos infelizes enraízam-se nos propósitos e idéias do mal que adquirem a semelhança de horrendos monstros, entre a humanidade e a irracionalidade. (p.62)

- Desintegradores etéricos – o fogo queima os resíduos deletérios da região. (p.64)

Capítulo V - IRMÃO GOTUZO

- Irmão Gotuzo contava poucos anos de conciência desperta. Nele a ligação com a esfera carnal era forte. (p.66); Dialogo sobre a necessidade de conhecimento do corpo perispiritual pelos homens e médicos da terra. O despreparo sobre o mundo espiritual. Gotuzo explica que somente com equilíbrio podemos compreender o auxílio e recebe-lo.

- Gotuzo ainda não possui direito de fruir suas horas de descanso nas esferas mais altas, pois ainda não se habituou com a morte e sofre com os resultados desssa desarmonia. (p.71/72) Ainda conservava sintonia com os interesses imediatos da Crosta Terrestre. (p.78)

- Casos de reencarnação: 1 – de ordem superior (vide Missionários da Luz), em que o interessado se fizera credor da gentileza de vários amigos que o auxiliaram, desveladamente. Há institutos para considerar as sugestões da escolha pessoal. O livre arbítrio, garantidor de créditos naturais, pode solicitar modificações e apresentar exigências justas; 2 – de ordem inferior. Não há atendimento de preferências sobre o próprio futuro. São compelidos a aceitar os roteiros estabelecidos pelas autoridades competentes. (p75)

Capítulo VI – DENTRO DA NOITE

- Na Casa Transitória Grandes aparelhos fabricavam ar puro, incessantemente, renovando o ambiente geral. (p.79). A matéria na região obedecia a outras leis, interpenetrada de princípios mentais extremamente viciados. Congregavam-se ai longos precipícios infernais e vastíssimos zonas de purgatório das almas culpadas e arrependidas. (p.79)

- Jornada ao abismo. (p.80) impressões da paisagem e ambiente. Zona pantanosa ou região dos charcos (p.85).

- Mapa de trabalho havia sido planejado para a noite na casa transitória, devido às inúmeras obrigações. (p.81)

- O caso Padre Domenico. (p.86) seu estado não permitia sequer a reencarnação compulsória, pois prejudicaria o organismo da futura mãe. (p.88) Uso da clarividência (poder de penetração), para reler o campo mental do espírito. (p.92)


Capítulo VII – LEITURA MENTAL

- Casos pessoais do Padre Domenico. Justiça divina. Conciência. Culto externo.

- Irmã Luciana analisa os arquivos mentais do padre Domenico, visando seu auxílio.

- Padre Hipólito semeia novas idéias no terreno conciencial arrado pela dor. (p.104) A presença da mãe de domenico completa-lhe a modificação mental . (p.109)

- O Senhor jamais nega recursos de retificação aos que lhe rogam socorro, no propósito fiel de reconquistar a harmonia divina. (p.108)

- Necessidade do recomeço


Capítulo VIII – TREVA E SOFRIMENTO

- Imã Zenóbia esclarece que “os padecimento que sentimos não se verifica à revelia da Proteção Divina.” “incansáveis trabalhadores da verdade e do bem visitam seguidamente estes sítios, convocando os prisioneiros da rebeldia à necessidade de renovação espiritual; mas eles fogem ao nosso contato e influenciacão.” (p.116)

- Devemos trabalhar no bem, não como queremos mas como Deus determina. (p.117)

- "As bolas e Setas que nos eram atiradas detinham-se nas redes magnéticas, paralisadas por misteriosa força." (p118). Os que estão nesta zona "São espíritos entregues à rebeldia e ao desespero, cuja mente não sabe senão fabricar pensamentos de angústia destruidora." (119)

- Padre Hipólito comenta a parábola do homem rico e comenta a o sofrimento a que estão presos os irmãos infelizes. (119) esclarecendo que esse inferno é construção mental em nós mesmos. (p.122); Cavamos poços abismais de padecimento torturantes, pela intensidade do remorso de nossas misérias íntimas. (p.122)

- Não havia ali uma só criança. Apenas adultos, jovens e velhos de todos os aspectos. (127)

- Estavam ali entidades perversas no papel de verdugo e vigilância. Indaga-se se permaneciam a mando de pot6encias vingadoras, com poderes transitórios na zona das trevas, ou agiriam por sua conta própria? (p.125)

- André se pergunta porque não usar a força. Assistente Jerônimo esclarece que Ninguém auxilia por intermédio da irritação pessoal. Devendo, modificar a emissão mental para cooperação construtiva e guardemos a voz, não para condenar, mas para informar e edificar cristãmente. (p128)

- Entretanto, razões imponderáveis existiriam, justificando a ligação entre algozes e vítimas. (p.129). Ninguém se conserva neste abismo de dor, sem razão de ser. (p.131)

- O asilo de Fabiano só receberá irmãos sinceramente interessados na renovação própria em Cristo Jesus. (p135)

Capítulo IX – LOVOR E GRATIDÃO

- Os ensinos edificantes foram lançados. Os irmão deverão cultivar os princípios renovadores no campo mental, para melhorar as condições vibratórias, permitindo o asilo na Casa de Fabiano. (p.137/138); Cada filho de Deus assuma responsabilidades e tome resoluções por si mesmo; (p.138).

- Oração, devemos orar sempre. Regozijar pelo ensejo do serviço, pela fortuna de contribuir com alguma coisa de útil, pela ventura de repartir o bem; (p.144).

- Manifestação do irmão Bernadino, na tela da benção e da irmã Letícia, pela voz de Luciana que lhe cede o corpo perispiritual para manifestação. Irmã Zenóbia esclarece que diante do ambiente pesado, e as substâncias densas do plano, carregado de forças negativas, incidem sobre o aparelho das bênçãos, impedindo a manifestação e exigindo cooperação pessoal mais direto, (p.146).

- Mensagem a Gotuzo – Letícia mostra a ele a necessidade de desprender-se das idéias antigas para melhor compreender, pois as concepções inferiores do nosso eu se cristalizam, impedindo a penetração da luz em nosso campo interno, (p.147) . Informa-lhe sobre a possível reencarnação, a qual ele concorda.

- O instituto doméstico é celeiro de supremos valores educativos, para quantos procuram os interesses divinos acima das cogitações humanas; (p.149)

Capítulo X – FOGO PURIFICADOR

- As instituições socorristas como a Casa Transitória de Fabiano podiam alçar vôos de grande alcance; (p.157). Necessita de forças elétricas, mas também das emissões magnético-mentais, que atuariam como reforço no impulso inicial de subida; (p.167).

- O homem comum apenas conhece 1/8 uma oitava parte do plano onde passa a existência; (p.158). A vidência e a audição, as duas portas que podem dilatar a pesquisa intelectual, permanecem excessivamente limitadas; (p.158).

- Somente os irmãos com sinais legítimos de transformação moral para obem seriam aceitos na Casa Transitória, apresentando círculos luminosos característicos em torno de si mesmos; (p.160). os mentirosos permanecerão confinados nas nuvens de treva que lhes cercam a mente endurecida no crime; (p.160).

- Desintegradores – a descarga elétrica não se detivera na superfície, penetrara a substância sob nossos pés (p.162). O trabalho dos desintegradores etéricos evitam o aparecimento das tempestades magnéticas; (p.162).


Capítulo XI – AMIGOS NOVOS


- Inicia-se o trabalho na Crosta

- A casa transitória será o ponto principal de referência no trabalho, onde os irmãos seriam levados no instante do sono para se adaptarem com a idéia de afastamento definitivo; (p.172).

- Apresentando Dimas. (174).

- Apresentando Fábio; (p.178/179).

- Apresentando Irmã Albina; (p. 180). Pedido de prorrogação da permanência da irmã Albina na terra por mais alguns meses; (p.182).

- Apresentando Cavalcante (p.183).

- Apresentando Adelaide (p.185).

Capítulo XII – EXCURSÃO DE ADESTRAMENTO

- O trabalho de adestramento não se destina a cura do corpo material, mas revigorar o organismo espiritual, preparando o desligamento definitivo, sem alarme de dor alucinatória. (p. 195).

- O imperativo primordial consiste na iluminação do espírito humano com vistas à eternidade. (p.190).

- É imprescindível “fazer alguma coisa”. Onde todos analisam, admiram ou discutem não se levantam obras úteis para atestar a superioridade das idéias; (p.191).

- A difusão da luz espírita na Crosta Terrestre não é ação milagrosa, mas edificação paciente e progressiva, (p.191).

- Os que se aproximam da desencarnação, nas moléstias prolongadas, comumente se ausentam do corpo, em ação quase mecânica, (p.192)

- Não é a rotulagem externa que socorre o crente nas supremas horas evolutivas. É justamente a sementeira do esforço próprio, nos serviços da sabedoria e do amor que frutifica, no instante oportuno, através de providências intercessórias ou de compensações espontâneas – “a cada um por suas obras”, (p.197).


Capítulo XIII – COMPANHEIRO LIBERTADO


- O desencarne de Dimas. Há tempo de morrer, como há tempo de nascer, (p.199). Não fora determinado dia exato. Atingira-se o tempo próprio (p.199).

- Cota de tempo - Dimas desencarnará em ocasião adequada? Viveu ele toda cota de tempo? Completou a relação de serviços?

Não. Não chegou aproveitar todo o tempo prefixado, em virtude do ambiente de sacrifício. Acostumado à luta sem mimos, desfavorecido de vantagens, entregue ao serviço rude. Conquistou a subsistência com enorme despesa de energia. Mas, mesmo assim, encontrou recursos para dedicar-se aos que gemem e sofrem no plano mais baixo que o dele. (p.201)

A esposa de Dimas emitia forças de retenção amorosa que prendiam o moribundo em vasto emaranhado de fios cinzentos, (p.204). Jerônimo improvisa melhora aparente ao agonizante, para sossegar a mente de sua esposa, visando facilitar o trabalho. (p.204).

- Aparência dos órgãos. Fauna microbiana, (p.205).

- Trabalho de libertação do espirito encarnado ( DESENCARNAÇÃO):
1 - Teceram-se uma rede fluídica de defesa em torno do leito, para que as vibrações mentais inferiores fossem absorvidas. (p.207).

2 - Jerônimo inspira Dimas a fazer uma oração. (p.207).

3 – André Luiz fica com a mão coladas a fronte do enfermo.

4 – Jerônimo passou aso serviços de magnetização.

5 – Primeiro, insensibilizou o vago, para facilitar o desligamento nas víceras.

6 – a seguir usou passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, as fibras inibidoras do cérebro.

7 - Trabalho de desenlace de Dimas. (p.207/209). Três regiões orgânicas fundamentais: 1 – Cento vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas; 2 – Centro emocional, zonas dos sentimentos e desejos, sediados no tórax; 3 – Centro mental, mais importante, situado no cérebro. (p.210).

8 - Começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam forças físicas. Certa porção de substância leitosa extravasava do umbigo, pairando em torno. (p.210). Esticaram-se os membros inferiores, com sintomas de esfriamento. Com passes concentrados sobre o tórax, relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro emotivo.

9 – Alcançara o coma.

10 - A última etapa era no cérebro. Jerônimo quebrou alguma coisa e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana, absorvendo, instantaneamente, vasta porção de substância leitosa já exteriorizada. (p.211).

11 - Dimas estava ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico, entre o cérebro de matéria densa abandonado e o cérebro de matéria rarefeita do organismo liberto. (p.211/212).

O cordão fluídico deveria permanecer até o dia imediato, considerando as necessidades do “morto, ainda, imperfeitamente preparado para desenlace mais rápido. (p.212).

12 - Repousará Dimas na contemplação do passado, que se lhe descortina em visao panorâmica no campo interior. (p. 212).

13 – No dia seguinte, cortou-lhe o liame final. (p.226).


Capítulo XIV – PRESTANDO ASSISTÊNCIA



- André Luiz tem permissão de acompanhar sozinho, no horário de descanso, o caso Dimas. Tudo depende de permissão no plano espiritual. (p.213) ordem e hierarquia. Liberdade instrutiva com a responsabilidade de minha consciência e a confiança de meus superiores hierárquico. (p.214)

- Nem todas as desencarnações de pessoas dignas contam com o amparo de grupos socorrista.

- Fabriciano narra o caso irmã trabalhadora na seara espírita que levianamente desejou a morte, o que ocorreu, mas não lhe foi concedido tal amparo socorrista, diante de sua classificacão como suicídio inconsciente. (p.217).

- Pensamento e palavras dos encarnados atingem o desencarnado, dificultando a libertação. (p.218). As imagens contidas nas evocações das palestras incidem sobre a mente do desencarnado.(p.219). Narra-se o caso do crime que Dimas teria testemunhado, sem denunciá-lo. (p.220).

- Observações de andré luiz sobre velório. (p.225). As câmaras mortuárias não devem ser pontos de referência à vida social, mas recintos consagrados à oração e ao silêncio.


Capítulo XV – APRENDENDO SEMPRE

- O médium liberto tinha, agora, o corpo perispiritual mais aperfeiçoado, mais concreto. Através do cordão fluídico, o desencarnado absorvia os princípios vitais restantes no campo fisiológico. (p.226).

- deve-se ter confiança em Deus, restituindo-lhe nossos filhos, esposas e familiares. (p.228).

- Morte e separação – Irei vê-lo, quantas vezes for possível, até que nos possamos reunir noutro lar venturoso, sem lágrimas da separação e sem as sombras da morte. (p.228). “Se o amanhã não vier”.

- Espíritos que habitam os sepulcros.

- Jerônimo dispersa na atmosfera todos os resíduos de vitalidade(do corpo material), para que não seja apropriado por entidades inferiores. (p. 232).

- Caso da irmã desencarnada ligada ao corpo físico. (p.233) Parecia distanciada de qualquer noção de espiritualidade.fio singular, sem a luz prateada que o caracterizava em Dimas, pendia-lhe da cabeça penetrando chão a dentro.

- O Trabalhador do posto de assistência à necrópole (p.234).

- Os visitadores em custosa tarefa de benefício aos recém-desencarnados. (p.236). o auxílio está em toda parte. Pedir e Merecer.

- Não se verificam duas desencarnações rigorosamente iguais. O plano impressivo depende da posição espiritual de cada um. (p.239).

Capítulo XVI – EXEMPLO CRISTÃO

- O Desenlace de Fábio – Ele não exigira cooperação complexa. Preparou-se e também aos parentes para o acontecimento. (p.240). teve um desenlace rápido e menos complexo que o de Dimas (p.254).

- Dimas – mostrava-se em lastimável abatimento. Foi destacado discípulo no setor da assistência e difusão, mas no campo particular, não se preparou suficientemente.(241). Conferiu excessivo carinho à família (242). Falta de desapego construtivo (242).

- Argumentos Humanos (244)

- Ponderações sobre a vida passada de Fábio e seus problemas físicos (p.244)

- Água – capacidade absorvente (247).

- Fábio não deixa dinheiro, mas um lar espiritual (p.240). apresenta uma visão sobre dinheiro e a espiritualidade.


Capítulo XVII – ROGATIVA SINGULAR

- A morte não faz milagres, pois retomar a lembrança espiritual do passado é também serviço gradual, como qualqueroutro que envolva atividades divinas da Natureza. (p.258)

- Desenlace adiado de irmã Albina (p.259). Certa rogativa (de joãozinho) influíra decisivamente na prorrogação. Ninguém, senão Deus, detém poderes absolutos (p.260); O futuro pode ser calculado em linhas gerais, mas não podemos prejulgar quanto ao setor da interferência divina (p.260). Deus sabe, enquanto nós nem sequer imaginamos saber.

Capítulo XVIII - DESPRENDIMENTO DIFÍCIL

- O caso Cavalcante: ele permanecia agarrado ao corpo físico pela vigorosa vontade de prosseguir jungido à carne. O gigantesco poder da mente estabelecia todo o domínio possível sobre os órgãos e centros vitais em decadência franca.  Na verdade, ele estava sendo expulso do corpo físico. Tal atitude mental lhe causava problemas, pois a espiritualidadelhe afrouxara os laços da encarnação no plexo solar e abriu-lhe pequenos vasos no intestino. o enfraquecimento físico lhe causaria uma maior percepção espiritual, que seria invisível aos olhos mortais, podendo ver a paisagem do plano invisível.

- A esdpiritualidade autoriza que ele veja sua ex-esposa, a fim de enfraquecer o vigor mental que o ligava à carbne. Ninguém corte, onde possa desatar p. 274.

Capítulo XIX - A SERVA FIEL

- Energia eletromagnética dos medicamentos e drogas e o reflexo no períspírito.

- O caso Adelaide  - Ao contrário de cavalcante, que teimava em permanecxer ligado ao corpo por vontade própria, a irmã Adelaide era retida ao corpo por irmãos amigos, que não desejavam a sua partida.

- Irmã Zenóbia faz um esclarecimento aos encarnados ligados a Adelaide, facultando a estinção das correntes mentais de retenção que atingia Adelaide.

Capítulo XX - AÇÃO DE GRAÇAS

- O agradecimento pela Vida na Terra

Cântico de agradecimento ao círculo terreno:

" Ó Terra — mãe devotada,Do teu seio maternal!



A ti, nosso eterno preito


De gratidão, de respeito


Na vida espiritual!


Que o Pai de Graça Infinita


Te santifique a grandeza


E abençoe a natureza


Do teu seio maternal!


Quando errávamos aflitos,


No abismo de sombra densa,


Reformaste-nos a crença


No dia renovador.


Envolveste-nos, bondosa,


Nos teus fluidos de agasalho,


Reservaste-nos trabalho


Na divina lei do amor.


Suportaste-nos sem queixa


O menosprezo impensado,


No sublime apostolado


De terno e infinito bem.


Em resposta aos nossos crimes,


Abriste nosso futuro,


Desde as trevas do chão duro


Aos templos de luz do Além.


Em teus campos de trabalho,


No transcurso de mil vidas,


Saramos negras feridas,


Tivemos lições de escol.


Nas tuas correntes santas


De amor e renascimento,


Nosso escuro pensamento


Vestiu-se de claro sol.


Agradecemos-te a bênção


Da vida que nos emprestas;


Teus rios, tuas florestas,


Teus horizontes de anil,


Tuas árvores augustas,


Tuas cidades frementes,


Tuas flores inocentes


Do campo primaveril!...


Agradecemos-te as dores


Que, generosa, nos deste,


Para a jornada celeste


Na montanha de ascensão.


Pelas lágrimas pungentes,


Pelos pungentes espinhos,


170


Pelas pedras dos caminhos:


Nosso amor e gratidão!


Em troca dos sofrimentos,


Das ânsias, dos pesadelos,


Recebemos-te os desvelos


De mãe de crentes e incréus.


Sê bendita para sempre


Com tuas chagas e cruzes!


Ás aflições que produzes!


São alegrias nos céus.


Ó Terra — mãe devotada,


A ti, nosso eterno preito


De gratidão, de respeito,


Na vida espiritual!


Que o Pai de Graça Infinita


Te santifique a grandeza


E abençoe a natureza



 
 
PENSAMENTOS:

1- O missionário do bem, onde quer que se encontre, é sempre um semeador de luz.(p.35)

2 - Todas as aquisições espirituais exigem perseverança no estudo, na observação e no serviço aplicado. (p.56)

3 - Todo mal, ainda que perdure milênios, é transitório. Toda expressão de ignorância é fictícia. Somente a sabedoria é eterna. (p.60)

4 - A prece é talvez o poder máximo conferido pelo Criador à criatura. (p.91) – pedi e dar-se–vos-á

5 - As forças mentais estão revestidas de maravilhoso poder. (p.224).

6 - A imortalidade é sublime. (p.230).

7 - Terra, mãe comum das formas perecíveis (p.249).